tag:blogger.com,1999:blog-58608455376948867912024-03-06T01:39:55.459-03:00Blog do ÉdersonCrônicas e reflexões despretensiosas...
Instagram: @blogdoedersonÉdersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.comBlogger119125tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-56833951494041196072022-06-30T19:32:00.000-03:002022-06-30T19:32:36.929-03:00O Peido e a Impermanência<i>Publicado na revista Litera Livre, edição 21 (Mai/Jun 2020)</i> <div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">O peido (e desde já peço que me desculpem pelo linguajar, mas tal palavra tem poucos sinônimos em nosso idioma) tem uma característica social, eu diria. Ele nos mostra a vacuidade de todos os rituais sociais de que participamos. </div><div style="text-align: justify;">Explico: imagine peidar, como peida em casa, durante uma reunião de trabalho (ou em uma confraternização com colegas). Imaginou? </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Enquanto nos esforçamos para segurar aquele gás, ele tenta nos mostrar que os fenômenos são vazios (ou gasosos?). Não possuem uma essência em si mesmos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É tudo um teatro social. Interpretamos personagens e negamos a nossa vontade. Construímos cenários e nos apegamos a eles como se fossem reais, como se tivessem um sentido em si mesmos. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“Cada momento é novo”, teria dito Saikawa Roshi, monge zen-budista. É uma frase que nos mostra a impermanência de cada momento de nossas vidas, que se esvai a cada novo segundo. Um simples flato nos mostra a importância de atentarmos para a fugacidade de nossas vidas e focar no que realmente importa. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E o que importa de verdade, nesse mundo louco em que vivemos? Tudo se esvai e tudo se esvairá. Pessoas morrerão, sites sairão do ar. E ainda, nós morreremos e nossas fotos e arquivos pessoais se perderão na infinitude dos dados digitais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O peido nos mostra que não queríamos estar naquela reunião chata do trabalho. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É um lembrete de que a natureza é superior a nós. Podemos peidar a qualquer momento, assim como podemos morrer a qualquer momento. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando a natureza chama, podemos contemplar a artificialidade do nosso cotidiano, essa contínua negação da vida e afirmação do superficial, do desimportante revestido de suprema importância.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando nossa vida ou integridade física correm perigo, nós temos um pequeno vislumbre da realidade, saímos de todo esse teatro social. O trabalho, móveis, eletrodomésticos... Tudo isso se torna secundário diante daquele risco. Entretanto, assim que nos acostumamos ao risco (ou este cessa), voltamos rapidamente ao teatro social. As pessoas têm medo de sair da caverna. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E atacam ferozmente até mesmo aqueles que só viram de relance a saída da caverna.</div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-69516704930307406072022-05-31T20:59:00.000-03:002022-05-31T20:59:28.901-03:00"Não sou caminhoneiro"<br>Dia desses eu estava viajando de carro e parei em um restaurante de beira de estrada, para jantar. Entrei no recinto e percebi entre os presentes, um indivíduo no balcão, bebendo uma cerveja e conversando de forma proeminente. Ele não me viu, mas instintivamente senti que aquela pessoa de alguma forma tentaria puxar conversa comigo. O comportamento ébrio e espalhafatoso dele me sugeriram que eu deveria evitar esse contato.<div><br><div>Notei tudo isso enquanto me encaminhava ao banheiro, para lavar as mãos. Antes que eu tivesse tempo de ligar a torneira, o citado entra no banheiro. </div><div><br></div><div>- <i>Mas <b>É</b> estrada hein?</i> - ele falou, dando ênfase no "É", enquanto se encaminhava ao vaso sanitário.</div><div><br></div><div>Pensei que pudesse ser uma metáfora para essa longa estrada da vida. Ou talvez ele apenas estivesse se referindo à distância de Uruguaiana até Alegrete. Na dúvida, respondi com um jab verbal:</div><div><br></div><div>- <i>Pois é, né?</i></div><div><br></div><div>O indivíduo começa a falar coisas de caminhoneiro. Não prestei muita atenção, apenas fui jabeando verbalmente, enquanto lavava as mãos: "bah", "hum", "pois é". Só percebi a gravidade da situação quando ele me perguntou:</div><div><br></div><div>- <i>Carregou hoje?</i></div><div><br></div><div>Uruguaiana é uma cidade com muitos profissionais do transporte, por causa do porto seco. Apesar de morar há alguns anos na cidade, me bateu uma dúvida: "caminhoneiro" pode ser ofensivo? No último momento, decido mudar a palavra:</div><div><br></div><div>- <i>Não... Não sou motorista.</i></div><div><br></div><div>- <i>Tu não é motorista?</i> - Ele responde, meio incrédulo, parecendo não entender o significado da minha frase.</div><div><br></div><div>-<i>É... não sou caminhoneiro</i> - complementei, tomando coragem.</div><div><br></div><div>- <b><i>TU NÃO É CAMINHONEIRO?</i></b> - Ele parecia estar em algum lugar entre o atônito e o ofendido. Na dúvida, fui saindo do toalete.</div><div><br></div><div>-<i>É, não sou caminhoneiro, não...</i> - e fui acenando enquanto me retirava.</div><div><br></div><div>"<i>Ah tá</i>", ele responde, complementando com alguma frase cristã desejando algo de bom para a minha vida.</div><div><br></div><div>Enquanto eu aguardava o meu pedido na mesa do restaurante, ele reaparece. Se aproxima mais do que deveria, me olha bem de perto e exclama:</div><div><br></div><div>- <i>BAH, DESCULPA... ACHEI QUE ERA O MEU IRMÃO!</i></div><div><br></div><div>Ele estende a mão para se desculpar. Desvio a mão de leve, como se estivesse bloqueando sutilmente um jab desferido por ele. Tentei defender meu espaço sem perder a cordialidade, além de evitar o contato físico. Foi um bloqueio, mas também um cumprimento à mão estendida.</div><div><br></div><div>Ele então se afasta, se desculpando alegremente. Vai para o balcão e faz mais um pedido. Eu vou para o caixa pagar o meu jantar (e mais um Magnum vegano). Quando estou saindo do restaurante, ainda o avisto uma vez mais, tomando uma Coca-Cola e comendo uma cueca virada, de pé no balcão.</div><div><br></div><div><br><br></div></div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-65104563393428327772022-04-27T12:19:00.001-03:002022-04-27T12:19:55.611-03:00Aproveite o Silêncio<div style="text-align: right;"><i><br></i></div><div style="text-align: right;"><i><br></i></div><h3 style="text-align: center;"><i>"Words like violence<br></i><i>Break the silence"</i></h3><div style="text-align: right;"><i>Enjoy The Silence - Depeche Mode</i></div><div style="text-align: right;"><i><br></i></div><div style="text-align: right;"><i><br></i></div><div style="text-align: right;"><i><br></i></div><div style="text-align: justify;">Eu gosto do silêncio. E sempre desconfio de pessoas que não suportam a quietude. Quase sempre são pessoas em quem não podemos confiar. E invariavelmente, pessoas barulhentas são pessoas chatas.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div><div style="text-align: justify;">O silêncio me traz paz. E o que mais posso querer além de paz? Mais importante que poder, mais importante que dinheiro. Mais importante, até mesmo, do que ser importante.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">O silêncio externo nos obriga a ouvir o barulho dos nossos pensamentos, nos mostra quem realmente somos. Não podemos interpretar personagens para nós mesmos. Será por isso que tantos odeiam o silêncio? </div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Já o silenciar interno é muito mais difícil. Os pensamentos não param facilmente. Mas com silêncio externo é um pouco mais fácil para nós, pessoas comuns, encontrarmos um pouco de calma. Uma boia para não nos afogarmos em nosso mar de pensamentos.</div><div><br></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhqfzr_ayWVI-UCV0gQ4jAPbO3C71nuOheNzQpEDKFOwT2BW2xs8Sw-XHLjB60OTH1mTRRiCNDH7jXqDa-XR-Ca0AaaHWB0oc2FT_WhGOFcmG4qq48exU6dG7g6duvN0mYWrTNtV1WBllO/w200-h400/1651018596738192-0.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="200"></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Curtindo o silêncio no Monte Grappa. Ivorá (RS), 2022.</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhqfzr_ayWVI-UCV0gQ4jAPbO3C71nuOheNzQpEDKFOwT2BW2xs8Sw-XHLjB60OTH1mTRRiCNDH7jXqDa-XR-Ca0AaaHWB0oc2FT_WhGOFcmG4qq48exU6dG7g6duvN0mYWrTNtV1WBllO/s1600/1651018596738192-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</a>
</div><br></div><div><br></div><div style="text-align: justify;">Mas é claro, você não precisa subir no Monte Grappa para encontrar silêncio. Também não precisamos andar sozinhos pelas montanhas, vestindo trajes reais e carregando uma cadeira. Dentro de casa, abrindo mão de distrações por alguns momentos, já conseguimos alcançar certa tranquilidade. Até mesmo em Uruguaiana.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Aliás, abrir mão está relacionado com o silêncio, pois ambos nos conduzem à paz. Quanto mais abrimos mão, menos fardos temos que carregar. Nossa jornada se torna mais leve. Mais silenciosa.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Aproveite o silêncio.</div><div><br></div></div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-76868712529760947892022-03-31T20:00:00.003-03:002022-03-31T21:15:00.182-03:00Sonhos do Éd# - O Gato<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>Dia desses sonhei que eu estava acampado em um galpão, localizado no alto do Cânion da Ronda, no belíssimo município de Lauro Müller, estado de Santa Catarina.<div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipBIA2HHdbod5gjV9PeijTojRM4Gl9E6JqGQziteMVNy-VW79aiSl7Lnwg8C7628XLzd4wKI4pgq6L3t2i9zHdZaKEGDLRfGiPiZtfF1HarAe_mg8yAxZjIjLKsZW8LS-GOALYxiAxbYIn/w256-h320/1648771942679056-0.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="256" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fiona armada de um bom coração</td></tr></tbody></table><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipBIA2HHdbod5gjV9PeijTojRM4Gl9E6JqGQziteMVNy-VW79aiSl7Lnwg8C7628XLzd4wKI4pgq6L3t2i9zHdZaKEGDLRfGiPiZtfF1HarAe_mg8yAxZjIjLKsZW8LS-GOALYxiAxbYIn/s1600/1648771942679056-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Esse galpão ficava dentro de um camping, que também era um santuário de animais, e estava situado há algumas poucas centenas de metros da borda do cânion. Dentro do galpão, circulavam gatos, cachorros e outros animais resgatados de situação de maus-tratos. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div>De repente, uma pessoa que eu não enxergo quem é, profere a seguinte frase:</div><div><br /><i>"O gato anda sempre armado. A arma do gato é um bom coração."</i><br /><br />E acordei.</div></div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-43624722843851194532022-02-28T19:23:00.001-03:002022-02-28T19:59:01.357-03:00O Jogo da Morte<p> <i>Publicado na coletânea Prelúdio da Morte, da Editora Darda, no ano de 2020.</i></p><p class="MsoNormal"><br /></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif">Semana passada,
encontrei uma cadela agonizando em uma poça de sangue, perto de uma esquina.
Largaram ela atropelada, na sarjeta. Ainda botaram umas folhas de jornal na
cara, para ela aguardar a morte bem informada (é esse o futuro do jornalismo
impresso?).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif">Ali,
contemplando o sofrimento agoniante do animal, pude constatar as duas certezas
da vida de todos nós: morte e sofrimento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAhLv8-gnwV9E6ih2N4mEv4xa3TQZj0Y4BP-d6H7Ft_Cv0C1kkaXzIGGHJ-7QcaH4hk40J0EQ20DENZ8mc3oK9-VVyrBTZVe0cZHUDdCUaJAAGAfWuV_Kioz2ifr_kwW_zJkccWs9IwHgL/s1600/1646088454398313-0.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Urubu (?) imaginando as possibilidades em São Lourenço, MG<br /><br /></td></tr></tbody></table>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif">Buscamos
distrações o tempo inteiro, seja para ocultar de nós mesmos a certeza da morte,
seja para tentar mascarar o sofrimento. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif">A vida é uma
sentença de morte, como bem escreveu Ajahn Brahm, monge budista da tradição
Theravada. Quando inicia a nossa existência, recebemos já a nossa sentença:
Morte! Mas para finalmente cumpri-la, precisamos, todos, passarmos por uma vida
de sofrimento. Pode ser uma vida longa ou curta. Com muita ou pouca
insatisfação. Mas os dissabores sempre estarão presentes. Até o momento
derradeiro. E talvez depois.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif">Enquanto isso,
preenchemos nossas vidas com coisas insignificantes, com o único propósito de
tentar dar um sentido ou importância para a nossa irrelevante existência. Ou
apenas tentar obter alguma felicidade. Mas esta, é composta apenas por alguns
fugazes momentos, como um vento fresco em uma tarde de verão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif">A vida é,
inequivocamente, sofrimento. Nunca encontraremos felicidade plena nela. Podemos
sim ter alguns momentos satisfatórios, mas como diria o enxadrista Rafael
Leitão, não é possível ter tudo o que se quer.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif">Entretanto, via
de regra, ninguém quer morrer. Nunca estamos preparados, embora tenhamos a vida
toda para nos prepararmos para isso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif">Não sabemos o
que vem depois da morte. Ou se há um depois. Preferimos, sempre, nos apegar a
uma remota possibilidade de felicidade. Como um enxadrista que conta apenas com
o rei no tabuleiro, aguardando esperançosamente que o adversário afogue o nosso
monarca e possamos sair ao menos com um empate.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif">Mas a única
certeza, repito, é que seremos derrotados pela morte. E será depois de uma
partida sofrida. E bem jogada, eu espero.<o:p></o:p></span></p>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-56952944372982270112022-01-30T23:00:00.000-03:002022-01-30T23:00:11.141-03:00 Ouvindo Poema na Lagoa da Conceição<p>Eu tenho alguns hábitos de observação, que desenvolvo desde criança. Um deles é tentar elaborar um "perfil" de algumas pessoas com as quais tive contato, tentando imaginar uma história pessoal com base no que considerei sobre ela. Mais ou menos como o Mário Prata examinando os indivíduos presentes na sala de espera do analista, em uma crônica que ele escreveu lá na década de 90.</p><p><br /></p><p>Nas férias, por ter mais tempo disponível, nada mais natural do que aumentar minha dedicação a essas contemplações.</p><p><br /></p><p>Em uma viagem para Florianópolis (SC), em 2019, fiquei em um camping na Lagoa da Conceição. Lá eu vi, na cozinha comunitária do estabelecimento, um senhor aparentando uns 50 anos. Ele estava sozinho ali, mexendo em seu notebook. Um fedor de maconha se espalhava no ambiente. Ele me cumprimentou com bastante simpatia e mantinha sempre um sorriso no rosto.</p><p><br /></p><p>Mas apesar de simpático, ele tinha algo de nostálgico, talvez até uma tristeza, o que me despertou a curiosidade.</p><p><br /></p><p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh8otEGSiXAh51HFk1v2ADKA_uNMb2txpW0sMptI01L2fsm3rwkncK4_r9S4b-_tb4-DpwZqgRnRRn2NFblD6nsJ5H7DLnJzspMEUU8UVqc5SWrvpu-zu32nv3QT8lE4fL0t6YRHP-Vap5rTaM-JhJ_Q4QjDjnDlvEv5F1aWLp1jAMSxUv9LMx2lqHsXg=s4608" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="4608" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh8otEGSiXAh51HFk1v2ADKA_uNMb2txpW0sMptI01L2fsm3rwkncK4_r9S4b-_tb4-DpwZqgRnRRn2NFblD6nsJ5H7DLnJzspMEUU8UVqc5SWrvpu-zu32nv3QT8lE4fL0t6YRHP-Vap5rTaM-JhJ_Q4QjDjnDlvEv5F1aWLp1jAMSxUv9LMx2lqHsXg=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lagoa da Conceição, Fevereiro de 2021</td></tr></tbody></table><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /><p></p><p>Saí rapidamente do local, por causa do cheiro desagradável. Pensei rapidamente em algumas teorias sobre aquela pessoa, mas o rápido contato não me permitiu muita coisa.</p><p><br /></p><p>No dia seguinte, encontrei-o novamente na cozinha. Ele estava mais uma vez desacompanhado, agora sem odores repugnantes. Ele escutava a música "Poema", cantada pelo Ney Matogrosso. Me cumprimentou com a mesma simpatia do dia anterior e seguiu operando o seu computador. Porém agora apresentava um ar quase melancólico, apesar do permanente sorriso nos lábios.</p><p><br /></p><p>Eu imaginei então que aquele senhor poderia ser uma dessas pessoas que, dizem por aí, são "sozinhas no mundo". Teve um casamento de poucos anos, quando mais jovem. Não teve filhos. Nunca mais casou.</p><p><br /></p><p>A mãe, que era a última da família, morreu recentemente, deixando o apartamento e algum dinheiro de herança para ele. Não foi muita coisa, apenas o suficiente para uma vida sem luxos.</p><p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEinPH0iGIumHaoVpC19osKNE5NJP93OzxRRqmZb0H_5dyTOHK1NPW9fcwmkA9yvhNVfFP3YF0IWbeneysFm5OXCCLJhPPaJ4k6B-OAcq311sO8eoC4JADhvDAWrUWOh8BEMypPWNuKS5N32WKgza4wRrlISJ-JCgPtcxrvFzJbOHv4LivDIixjxfzHqwQ=s4128" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3096" data-original-width="4128" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEinPH0iGIumHaoVpC19osKNE5NJP93OzxRRqmZb0H_5dyTOHK1NPW9fcwmkA9yvhNVfFP3YF0IWbeneysFm5OXCCLJhPPaJ4k6B-OAcq311sO8eoC4JADhvDAWrUWOh8BEMypPWNuKS5N32WKgza4wRrlISJ-JCgPtcxrvFzJbOHv4LivDIixjxfzHqwQ=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lagoa da Conceição, Fevereiro de 2019</td></tr></tbody></table><br /><p>Talvez ele ainda tenha um ou outro primo, com os quais não conversa há muitos anos.</p><p><br /></p><p>Está sem emprego fixo há bastante tempo, pois cuidava da mãe doente e a aposentadoria dela bastava para os dois.</p><p><br /></p><p>E aquele ar de nostalgia deve ser a lembrança das férias em família, na presença de todos aqueles que já se foram.</p><p><br /></p><p>Mas ele ainda permanece com suas lembranças, embaladas por músicas que o remetem a outros tempos. E quem sabe, até compondo algum poema.</p><p><br /></p><p>Não sei se acertei alguma coisa no perfil que elaborei. Apenas troquei cumprimentos com ele. Talvez na próxima viagem eu o encontre em algum camping por aí e descubra se estou certo. Entretanto, sempre que volto na Lagoa, ainda consigo perceber aquela nostalgia no ar, embalada pelos acordes inaudíveis de "Poema".</p><div><br /></div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-45122367940504775652021-11-11T23:01:00.001-03:002021-11-11T23:01:13.443-03:00E se a Amazon acabar, o que acontece com o meu Kindle?<br /><div><br /></div><div><div>Há alguns anos, comprei um Kindle (leitor de e-books da Amazon, se alguém não sabe). Nos últimos anos tenho focado em diminuir drasticamente meus livros físicos, focando nos digitais.</div><div><br /></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmQoN9X_GgFOzRJv8LiEueMy1UnULDS7D_uPkTaJnIXNA_431uJLvadV11SYS5-aLWRFhdLJCAQIPd14RjIFLH9pdBRXNpi8exrsZN7IhY1489g77jJf0jn-ukHqe34OzAggmM5P6JLUHB/s1600/1636682382515829-0.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Meu Kindle, já com alguns anos de uso</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmQoN9X_GgFOzRJv8LiEueMy1UnULDS7D_uPkTaJnIXNA_431uJLvadV11SYS5-aLWRFhdLJCAQIPd14RjIFLH9pdBRXNpi8exrsZN7IhY1489g77jJf0jn-ukHqe34OzAggmM5P6JLUHB/s1600/1636682382515829-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</a>
</div><br /></div><div><br /></div><div>Pois esses dias apareceu na minha timeline do Facebook uma postagem em uma comunidade sobre o Kindle, onde uma pessoa demonstrava preocupação sobre o que aconteceria com os livros que ela comprou na loja, se por ventura a empresa viesse, "bem hipoteticamente", a falir.</div><div><br /></div><div>Diversos comentários criticaram a hipótese levantada, afirmando que "a Amazon nunca irá falir" e que ela ocupa "o primeiro lugar entre as marcas mais ricas do mundo". Uma pessoa ainda recomendou "terapia" para essas "sensações".</div><div><br /></div><div>É claro que preocupação excessiva com qualquer coisa não é bom. Da mesma forma que pensamentos recorrentes sobre quadros negativos certamente não devem ser saudáveis.</div><div><br /></div><div>Mas tentar viver negando para si mesmo que coisas ruins podem acontecer há qualquer momento é ainda pior. Eu ainda não consegui deixar de me impressionar com a quantidade de pessoas que vivem tentando ocultar de si mesmas que algumas coisas podem dar errado. Ou até mesmo tudo dar errado.</div><div><br /></div><div><div>No caso específico do Kindle, são tantas coisas que podem acontecer: empresa quebrar, sistema cair e perder os arquivos, incêndio nos servidores.... Ou a empresa pode simplesmente deixar de explorar o mercado de e-books e vender essa parte para outra empresa, que poderia falir algum tempo depois.</div><div><br /></div><div>São muitas as possibilidades que podem ocorrer e nada mais natural para um leitor do que cuidar da sua biblioteca.</div></div><div><br /></div><div>O HD pode parar de funcionar, os sites podem sair do ar, grandes empresas podem quebrar e as pessoas podem morrer. Aliás, as pessoas VÃO MORRER. Nada permanece para sempre.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /><br /><br /></div></div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-65492140109217750912021-10-28T20:07:00.001-03:002021-10-28T20:10:43.024-03:00A Viagem, Padilha e o Efeito Mandela<div style="text-align: justify;">Fiona Broome, é uma pesquisadora de efeitos paranormais. Em 2010, ela se surpreendeu ao descobrir que Nelson Mandela ainda estava vivo. E se admirou ainda mais quando notou que muitas outras pessoas compartilhavam desta mesma percepção.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ela, assim como essas outras pessoas, acreditavam que o sul-africano tinha morrido nos anos 80, quando ele estava preso. Então, Fiona propôs a teoria do Efeito Mandela. Uma das hipóteses de tal teoria afirma, resumidamente, que essas "lembranças falsas" teriam ocorrido em outras realidades, em universos paralelos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em pesquisas na internet, encontramos diversos relatos de "falsas lembranças", como o episódio de Dragon Ball Z que estaria passando no momento dos ataques do 11 de Setembro de 2001. Ou um filme chamado Shazaam que nunca existiu. Ou será que existiu em outra dimensão?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pois eu tive diversos episódios de "Efeito Mandela" ao longo da minha vida. Mas a maioria deles, apenas eu tenho a lembrança (tecnicamente, pode ser considerado Efeito Mandela?).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lembro da morte do cantor Ovelha, lá por 2007 ou 2008. E do espanto ao constatar dia desses que ele ainda estava vivo. Me surpreendi também com a morte do Zé do Caixão no ano passado, pois lembro dele ter morrido uns anos antes. Estas duas mortes lembro de lido em portais de notícias confiáveis, na época.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entretanto, acho que nenhum incidente supera uma das tramas da Novela A Viagem (1994). A personagem Sofia engravida em certa altura do folhetim e ninguém sabe quem é o pai. O mistério durou vários capítulos. Lembro nitidamente da cena em que Sofia finalmente confessa que o pai do futuro rebento é o Padilha.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ocorre que dia desses, assistindo novamente a novela na Globoplay, a referida cena tem um desfecho diferente. E apenas nos capítulos finais é revelado que outro personagem é o pai da criança (que acabou não nascendo, por sinal).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Consultando outras pessoas que assistiram a novela no anos 90, pude averiguar que ninguém lembrava disso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É extremamente assustador quando descobrimos que nossas certezas absolutas nunca existiram.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-37695716277471257452021-10-14T22:37:00.002-03:002021-10-14T22:41:00.038-03:00Queda do Facebook e carroças vazias<p>Essa queda do Facebook, Instagram e WhatsApp na semana passada <b>me lembrou um episódio que ocorreu comigo há algum tempo. </b></p><p>Eu estava em um lugar que costuma ser caótico, mas naquele dia estava silencioso. Aproveitei para ler alguma coisa e <b>desfrutar daqueles raros momentos de silêncio naquele local tão desagradável</b>. Em determinado momento, uma outra pessoa chegou falando alto, dizendo que estava muito silêncio naquele lugar. Depois<b> me criticou porque a TV estava desligada.</b></p><p>No mesmo instante me lembrei daquela <b>estória da carroça vazia</b>. Essa narrativa tem diversas versões, mas resumidamente, ela diz que: <b>quanto mais vazia a carroça está, mais barulho ela faz</b>. E assim também é com as pessoas.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyXG9d5cacIg5VPkMin0iQ5QWmVDdZ1XLR48zcHngHdQ0FlhAj11-oAjnu42oIfNuUwLHJPiuXZ9_UGjqBEKUKldkHLB1ciAByFDPn1jo7vrGD7e1n2TfMo5HNakOBZ8kl-BycqQgczr21/s2048/IMG_3288+%25282%2529.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1805" data-original-width="2048" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyXG9d5cacIg5VPkMin0iQ5QWmVDdZ1XLR48zcHngHdQ0FlhAj11-oAjnu42oIfNuUwLHJPiuXZ9_UGjqBEKUKldkHLB1ciAByFDPn1jo7vrGD7e1n2TfMo5HNakOBZ8kl-BycqQgczr21/s320/IMG_3288+%25282%2529.JPG" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Carroça vazia pelas ruas de Uruguaiana (Foto: arquivo pessoal)</td></tr></tbody></table><br /><p><br /></p><p>Para muitos, o silêncio é quase uma tortura. Isso talvez seja porque no silêncio, somos obrigados a nos confrontar com QUEM REALMENTE SOMOS. Podemos enganar os outros com postagens nas Redes Sociais, mas mentir para a própria mente é algo muito mais complicado. </p><p>Eu acredito que certas pessoas<b> abominam o silêncio por não estarem felizes consigo mesmas</b>, ficando angustiadas quando olham para a própria mente e enxergam uma imagem muito diferente daquela que querem passar para a sociedade.</p><p>Desta forma, estamos sempre procurando coisas para abafar o barulho da nossa mente, para não olhar o que está acontecendo lá dentro. Não por acaso, no dia que caíram as redes do Zuckerberg, as pessoas foram assistir a Sessão da Tarde. A velha TV ainda serve para distrair.</p><p><br /></p>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-90945514011625477042021-10-06T20:35:00.001-03:002021-10-06T20:35:22.066-03:00O Teste do Palitinho<p style="text-align: justify;"> Quando eu era pequeno, lá no Alegrete, ocorreu algo do qual lembrei dia desses. Fui <b>listado como suspeito</b>, juntamente com o meu irmão, em um fato de menor gravidade. Não consigo me lembrar o que era exatamente, mas <b>não era algo que geraria violência física</b>, como ocorria no caso de quebrar um copo ou manchar uma roupa, por exemplo. Acho que tinha sido alguma coisa tipo desarrumar uma cortina.</p><p style="text-align: justify;">Como ambos os réus alegaram inocência, minha mãe lançou mão de um expediente inédito até então: ela iria fazer <b>O TESTE DO PALITINHO</b> antes de dormir. Este teste iria apontar quem estava mentindo. Não sei exatamente em que consistia o teste, mas parece que era necessário<b> uma bacia, água e um palito</b>.</p><p style="text-align: justify;">Esse teste, ao contrário do IBOPE, não tinha margem de erro: <b>era infalível</b>. Lembro que a mãe largou essa notícia bombástica e nos deixou no quarto, enquanto foi cuidar de assuntos de adulto (preparar a janta, assistir Rainha da Sucata...). Fiquei extremamente tranquilo e aliviado, afinal eu tinha plena certeza de minha inocência e como o teste tinha<b> eficácia maior que a da Coronavac,</b> eu seria absolvido.</p><p style="text-align: justify;">As horas se passaram e eu estava tranquilo, na expectativa da minha consagração como inocente. O teste mostraria que os adultos estavam enganados e tinham me acusado injustamente. Eles iriam reconhecer a minha inocência e com certeza se desculpariam pelo erro,<b> exatamente como tinham me ensinado a fazer quando eu estivesse errado. </b></p><p style="text-align: justify;">Quando chegou a hora de dormir e estavam todos se recolhendo aos seus aposentos, perguntei sobre o resultado do teste, confiante que minha inocência estava comprovada. Minha mãe, que já nem lembrava mais do assunto, <b>respondeu sem dar maior atenção: "os dois mentiram".</b></p><p style="text-align: justify;">A ficha caiu (naquele tempo, existia telefone público e ele era com ficha). Tudo começou a se encaixar. Era uma farsa. <b>Não existia jogo algum</b>. E como não era nada muito grave a ponto de levar uma surra, como derramar café na pia acidentalmente ou sentir cócegas ao ser abraçado, o assunto não tinha maior relevância para os adultos. </p><p style="text-align: justify;">E então comecei a entender como funciona a vida em sociedade.</p>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-8716452522751822292021-09-29T11:06:00.000-03:002021-09-29T11:06:12.937-03:00O Texto Perfeito<p style="text-align: justify;">Tenho sempre alguns rascunhos de texto, com
algumas ideias soltas. De vez em quando, alguma dessas anotações vira um texto,
quando eu consigo desenvolvê-lo mais. Seguidamente reviso esses rascunhos e
textos. E sempre que os releio, acabo achando algumas falhas: falta de clareza,
erro de concordância, erro de gramática...<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Por isso, acabo publicando muito pouco. O texto
sempre parece incompleto, nunca parece estar bom para vir à público.<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">O mesmo ocorre com os poucos textos publicados,
sempre acho algum deslize quando os revisito. Mas nesses, só mexo se for erro
de digitação, não gosto de alterar os textos que já foram externados.<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Assim, acabei descobrindo recentemente a fórmula
do texto perfeito: basta ir revisitando-o periodicamente, sem nunca o publicar.<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Devemos deixar ele lá em uma gaveta (alguém ainda
escreve à mão?) ou no editor de textos do computador. De vez em quando, pegamos
o texto, lemos e vamos fazendo as correções necessárias (sempre tem algo a ser
corrigido).<o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;">Desta forma, vamos melhorando o texto paulatinamente,
rumo à perfeição, até que ele esteja imune a qualquer tipo de crítica do
leitor.<o:p></o:p></p><p>
</p><p style="text-align: justify;">Aliás, o texto perfeito não será criticado, pois
ele nunca será publicado.<o:p></o:p></p><p><br /></p><p><br /></p>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-18152600650199876862021-09-22T10:55:00.005-03:002021-09-22T11:18:54.161-03:00Holyfield e a impermanência<p><br /></p><p style="text-align: left;"></p><blockquote><i>"Este corpo é frágil, se desintegra com facilidade.<br />Deveras um antro de enfermidades.<br />Matéria pútrida ressuma dos seus orifícios.<br />A morte lhe dará um fim."</i><br /><div style="text-align: right;">Dhammapada, verso 148</div></blockquote><p></p><p><br /></p><p style="text-align: justify;">Na madrugada do último dia 12, vi a luta do <b>ex-boxeador</b> Evander "The Real Deal" Holyfield, contra o veterano do MMA (e também boxeador) Vitor Belfort.</p><p style="text-align: justify;">Confesso que fiquei um pouco surpreso com a fácil vitória do Belfort. Evander, apesar do SHAPE IMPECÁVEL para um senhor de 58 anos, demonstrou muita <b>lentidão e incapacidade de absorver os golpes do adversário. </b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1CFPx5fB_JSUmCgYRriD2G70NwCWRn4kZefoVjt1y2on2U1qooNS1Uivl5hQO5jLlL1azcFKfO2UwrmOgOMShRXVXu6JdwGoKJiqkJ_fkdgNqb3nMqJgH0TPZ6Ret-wxuCbSTJdyNAkaA/s720/holyfield-belfort-32.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="720" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1CFPx5fB_JSUmCgYRriD2G70NwCWRn4kZefoVjt1y2on2U1qooNS1Uivl5hQO5jLlL1azcFKfO2UwrmOgOMShRXVXu6JdwGoKJiqkJ_fkdgNqb3nMqJgH0TPZ6Ret-wxuCbSTJdyNAkaA/s320/holyfield-belfort-32.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Holyfield e Belfort depois da pesagem (Foto: Amanda Westcott)</td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Em seus anos de glória, Holyfield era um lutador que aguentava castigo recebido, além de ser bastante rápido para a categoria. Foi um dos pugilistas mais FANTÁSTICOS dos anos 90.</p><p style="text-align: justify;">O evento, inicialmente programado para ser Oscar de la Hoya X Belfort, teve uma mudança de última hora, pois de la Hoya foi hospitalizado em função da COVID-19. <b>Poucos dias antes da luta, Holyfield acabou aceitando lutar no card.</b></p><p style="text-align: justify;">Poucos sabem, mas Belfort já tentou por duas vezes entrar na equipe brasileira de boxe amador, nos anos de 1998 e 2000. Nesta última tentativa, ele queria participar de da seletiva para os jogos Olímpicos de Sydney. Ele também fez uma luta de boxe profissional no ano de 2006 (ano em que eu levava meus primeiros socos nos ringues).</p><p style="text-align: justify;">Mas o ponto mais reflexivo de tudo, foram os comentários dos fãs do Holyfa, lamentando não só o resultado, mas o péssimo desempenho demonstrado. A maioria <b>expressava uma certa melancolia, comparando-o com o boxeador que ele foi no passado.</b></p><p style="text-align: justify;">O que as pessoas lamentam, na verdade, é a ação do tempo.<b> Envelhecimento e morte são inevitáveis e não gostamos de nos lembrar disso.</b></p><p style="text-align: justify;">O esmorecimento das pessoas é por constatar que o tempo é um adversário invencível. E se até mesmo o "Real Deal" sucumbiu ante a ação da impermanência, <b>nós, que somos meros mortais, não teremos destino melhor.</b> Se paramos para nos analisar, constatamos que os nossos melhores dias já passaram. Ou passarão, em breve.</p><p style="text-align: justify;">E no futuro, a morte. </p><p><br /></p><p><br /></p>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-32673972080930980912021-09-15T09:44:00.000-03:002021-09-15T09:44:15.349-03:00Sonhos do Éd # - Coringa<p>Há mais ou menos três semanas, tive o sonho que descrevo abaixo:</p><p>Cheguei em uma oficina aqui da cidade em um dia cinzento e que ventava muito. Na mecânica, que também era a casa de alguns amigos, tinha uma <b>varanda aberta, com vista para uns campos</b>, ao longe.</p><p>Fui recebido pelo anfitrião, que comentou que fazia tempo que eu não aparecia. Respondi alguma coisa qualquer e me sentei em uma cadeira, de frente para a vista dos campos.</p><p>Em determinado momento, comentei com o dono da casa que eu tinha <b>sonhado com aquele exato momento</b>. Só que o sonho <b>seria ainda na próxima noite</b>. Nesse sonho vindouro, eu acordava e tinha sonhado que contava pra ele que tinha sonhado com aquele exato momento.</p><p>Só que o sonho ainda não tinha acontecido e a medida que eu ia contando, o sonho acontecia no futuro, <b>sincronicamente</b>. </p><p>Então me dei conta que o presente e futuro estavam sempre acontecendo simultaneamente, que o conceito de tempo não era linear. Passado, futuro e presente, tudo acontecia ao mesmo tempo, em diferentes dimensões. </p><p>De repente, percebo que estou sonhando e exclamo: <b>"quero visitar eu mesmo em outras dimensões!"</b></p><p>Imediatamente surgiram 3 seres, acredito que fossem algo como <b>mentores espirituais ou guardiões do tempo.</b> Eles revelam que iriam me levar para <b>visitar eu mesmo em 3 dimensões diferentes.</b> </p><p>Primeiro, me levaram para uma dimensão que estava em 2019. </p><p>Lá, meu outro eu estava em um local que parecia ser uma igreja. Ele estava sentado na fileira da frente, com pessoas que aparentemente eram amigos dele.</p><p>Fiquei ao fundo, vendo o Éd da outra dimensão pelas costas. Então, me dirigi para uma sala mais adiante, de onde poderia ver o outro Eu de frente. Pude constatar que era eu mesmo, mas com a aparência de 2008.</p><p style="text-align: left;">Voltei ao fundo da igreja e conversei com uma mulher, que era uma das mentoras e ela me explicou que <b>naquela dimensão, muitas coisas eram diferentes</b> . Por exemplo: os Estados Unidos, naquela dimensão, haviam experimentado um período como socialistas, no passado. Ela disse também que esse Eu era uma pessoa completamente diferente. Ele morava em São Paulo, trabalhava com informática e tinha referências completamente diferentes das que eu tinha. <b>Ou seja, era outra pessoa</b>.</p><p>Então partimos para a próxima dimensão, que estava em 2015. </p><p>Nesta, o meu outro eu <b>era um anão que estava caracterizado de Coringa</b> (esse do último filme), mas vestia roupas do Coringa interpretado por Jack Nicholson (do filme <i>Batman</i>, de 1989). Ele praticamente não tinha semelhanças físicas comigo.</p><p>Esse Coringa <b>liderava uma gangue de malvadões</b> e estava cercado por uns 3 capangas. Eles estavam na frente de uma farmácia Panvel (aparentemente era a loja da Rua da Praia, próximo ao Edifício Santa Cruz, em Porto Alegre). </p><p>Foi possível sentir que <b>essa versão era uma pessoa extremamente má e impulsiva,</b> que vivia quase como um animal selvagem, simplesmente reagindo aos impulsos (principalmente os violentos).</p><p>Em determinado momento, aconteceu uma confusão dentro da farmácia e os capangas imobilizaram uma pessoa. <b>O Éderson-Coringa-anão botou uma arma na cabeça dessa pessoa e iria matá-la.</b></p><p>Só que então ele tinha assumido a aparência de uma criança, tipo o Mogli. Já não falava quase nada, apenas emitia alguns grunhidos.</p><p><b>Um dos mentores, vendo a minha preocupação, me recomendou não intervir</b>, pois estávamos em uma dimensão completamente diferente da minha, e provavelmente o outro Eu não iria me compreender e iria direcionar a agressividade dele contra mim.</p><p>Resolvi intervir para salvar a vida da pessoa e falei:<b> "Não mata ele, pelo amor de... BUDA!"</b></p><p>O outro eu então hesitou e mostrou interesse pelo q falei, pedindo mais informações, mas ainda muito agressivo.</p><p>Então eu falei algo como: "Tu não gosta de poder? <b>Buda pode te ensinar como conseguir o maior poder possível</b>".</p><p>Nisso, o outro Eu já estava concentrado no que eu estava falando e largou a arma, que foi prontamente recolhida por ajudantes dos mentores, enquanto um deles retirava a vítima.</p><p>Os mentores então foram me puxando para trás, para irmos na última dimensão que visitaríamos. <b>Antes de sair, recomendei que o Coringa pesquisasse sobre os ensinamentos do Buda</b>, pois supus que naquela dimensão tivesse existido um Buda também.</p><p>Saímos daquela dimensão, mas não fui levado para ver o terceiro eu, como solicitado, mas sim <b>para a minha mente.</b></p><p>A minha mente <b>era um sótão-de-casa-americana-de classe-média</b>, onde estava montado um quarto bastante simples, com poucos móveis. Sentado na cama estava um amigo, esperando algo. Perguntei o que ele estava fazendo na minha mente, mas não houve tempo, eu acordei durante a explicação. </p><p>O único trecho da resposta dele, que eu lembro, é que ele disse que quase não assistia filmes, apenas shows em DVD, gravados ao vivo.</p>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-17488961863963784192021-09-08T10:34:00.003-03:002021-09-08T10:41:51.978-03:00Quanto tempo dura uma quarentena?<p> </p><h4 style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><i style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Obs.: Publicado na Coletânea "Crônicas da Quarentena", da Páginas Editora, no ano de 2020. </span><span style="text-align: justify;">Por uma falha lamentável da editora, meu texto só foi publicado até o terceiro parágrafo, terminando abruptamente e ficando sem sentido.</span></i></h4>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p><p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXER7Blw-YCtmWel6eWuyBqCJEdYHORJh_u1FRzANtovDppE9Pz-hyy_O3YYTZKYx0S8sZ00U11gzoMFzEtwCF061XJIEY3bdYfHu3cG-FBNPjYVaUokFP0saSxoIvkHRz9zSdlAQu1UGq/s1280/face-mask-4986596_1280.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXER7Blw-YCtmWel6eWuyBqCJEdYHORJh_u1FRzANtovDppE9Pz-hyy_O3YYTZKYx0S8sZ00U11gzoMFzEtwCF061XJIEY3bdYfHu3cG-FBNPjYVaUokFP0saSxoIvkHRz9zSdlAQu1UGq/s320/face-mask-4986596_1280.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem: Pixabay</td></tr></tbody></table><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /><o:p><br /></o:p></span><p></p><p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p><br /></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: black; mso-bidi-font-family: Arial;">Quando eu era pequeno (lá em São Borja), perguntar quantos
dias durava uma quarentena era uma pergunta idiota. Fazer a pergunta em si já
era uma piada. Lembro que uma vez, em um programa televisivo de humor, uma personagem
(que fazia o papel de “burra”) fez essa pergunta. Os adultos que estavam
presentes na sala de casa caíram na gargalhada.</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: black; mso-bidi-font-family: Arial;">Outra vez, durante a adolescência, um casal de adultos (o
mesmo do parágrafo anterior) estava falando sobre dois irmãos com pouco mais de
um ano de diferença de idade. "Esse velho não respeitou a quarentena da
mulher", disse a adulta. O homem riu, confirmando. Fiz os cálculos
rapidinho: o segundo irmão teria sido concebido uns 3 meses depois do
nascimento do primeiro. Uma quarentena dura mais de 90 dias, então? Não sei,
não podia perguntar.</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: black; font-family: arial; mso-bidi-font-family: Arial;">Durante a adolescência, 1 ou 2 vezes alguém citou
"quarentena" e tentei encaixar como piada: "De quantos
dias?". Além de ninguém responder, também não acharam graça. Humor nunca
foi o meu forte.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="background: white; color: black; font-family: arial; mso-highlight: white;">A dúvida da quarentena me acompanhou por
muitos e muitos anos. Nunca tive coragem de mostrar que não sabia o quanto
durava.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: black; font-family: arial; mso-bidi-font-family: Arial;">Com o tempo, fui deixando de pensar no assunto, pois
"quarentena" só aparecia quando o antivírus do computador detectava
algo e perguntava se eu queria mover o arquivo para a quarentena ou excluir.
Sempre excluí, afinal, não sabia quantos dias o arquivo ficaria em quarentena.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: black; font-family: arial; mso-bidi-font-family: Arial;">Teve também o Desmond, do seriado Lost, em quarentena dentro
de uma escotilha. Nessa época, já não me preocupava mais com o termo, porque
afinal de contas, muito provavelmente eu nunca encararia uma situação dessas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: black; font-family: arial; mso-bidi-font-family: Arial;">Mas eis que, passados tantos anos, a palavrinha aparece de
novo, só que agora com força total. Todos falam em quarentena. Alguns,
inclusive, estão em quarentena.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: black; font-family: arial; mso-bidi-font-family: Arial;">Esses dias uma colega voltou de férias, estava no exterior.
“Ela vai ficar 14 dias em quarentena”, me disse outro colega. Eu, suando frio,
mudei de assunto. Fiquei com medo que ele percebesse que não sabia a duração de
uma quarentena.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: black; font-family: arial; mso-bidi-font-family: Arial;">Tenho ouvido sobre pessoas em quarentena por 10 dias, por
apresentarem sintomas de Covid-19. Sobre quarentena de 30 dias. Outros ainda
falam em “quarentena por tempo indeterminado”. Soma-se a isto tudo, prefeitos e
governadores decretando quarentena.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoBodyText" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: black; font-family: arial; mso-bidi-font-family: Arial;">Por fim, a dúvida voltou a me assombrar e não posso mais
esconder minha dúvida: Quanto tempo dura uma quarentena?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"> </span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p><span style="font-family: arial;"><br /></span></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><br /></p>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-70239679658520798312021-09-02T23:44:00.005-03:002021-09-08T10:08:25.253-03:00As Recordações do Café<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLkMqjTsR_59BDphyphenhyphen7388TnvUilGAbeMiNZIUNvy_6YQEK9aBRDNY-1ySgvJk9j1E3FDfztRZ-H-b1QKRWfCionwcITRN-BeKRl9ouU_yF00Gd6rKAcQOdAKTUZ12c4klTM4pdtzrnF2fU/s1600/1630637444391219-0.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Arquivo pessoal</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLkMqjTsR_59BDphyphenhyphen7388TnvUilGAbeMiNZIUNvy_6YQEK9aBRDNY-1ySgvJk9j1E3FDfztRZ-H-b1QKRWfCionwcITRN-BeKRl9ouU_yF00Gd6rKAcQOdAKTUZ12c4klTM4pdtzrnF2fU/s1600/1630637444391219-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</a>
</div><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;">O café é um ativador de lembranças. O aroma, mais do que o sabor, me desperta
reminiscências. Eu lembro, por exemplo, do bule onde a gente passava café, lá
em casa, quando eu era criança. Mas era bem de vez em quando que eu usava esse
utensílio, porque a mãe não deixava tomar. Fazia mal para o coração, ela dizia.
Eram raras as vezes em que era liberado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;">Paradoxalmente,
algumas dessas poucas vezes eram cafés noturnos, acompanhando uma mesa farta, em
substituição à janta. Mas era misturado com leite.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;">Já na
adolescência, eu lembro do café quando jogava alguns torneios de xadrez. Era
mais legal ainda no inverno, quando começava a rodada e eu pensava em que
jogada fazer, enquanto sorvia alguns goles quentes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><span face=""Arial",sans-serif">Uma vez,
inclusive, eu estava em um intervalo de uma rodada do Campeonato Brasileiro sub
14, disputado em Xangri-Lá (RS), no ano de 1998. De repente, surge uma mulher
(se não me falha a memória, era mãe de um dos competidores), idade regulando com
a da minha mãe. Ela me chamou a atenção porque eu estava tomando muito café.
Disse que eu estava em fase de crescimento e precisava dormir. E tomando aquela
quantidade de café, atrapalharia o meu sono. Nunca atrapalhou.</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;">Lembro também
quando eu chegava de viagem, na casa de uma das minhas avós, e o café da manhã
estava servido. Ela guardava as sobras de café passado em uma garrafa de bebida
isotônica, no tempo em que eram de vidro os recipientes. Ela chamava esse café
de “tintura” e era para misturar no leite ou na água quente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;">Outra das minhas
avós (eu tinha 3, só para constar), deixava várias cafeteiras espalhadas pela
casa, todas com um café passadinho (ou “chafé”, como diria meu pai, visto que
era bem diluído). Desta forma, ela podia se dedicar aos afazeres domésticos e
ter sempre a bebida quente próxima. Ainda hoje me lembro da casa dela, toda vez
que tomo um café fraco.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;">Ou ainda, café
de rodoviária. Eu prefiro café de rodoviária do que de aeroporto. Bar de
rodoviária geralmente tem aquele charme estilo anos 80/90. Tipo um dos bares da
rodoviária de São Borja, no interior do Rio Grande do Sul. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;">Muitas vezes eu
peguei um ônibus de noite em Uruguaiana, que fica na fronteira com a Argentina,
chegando de manhã bem cedo em Porto Alegre, para então eu descer do ônibus, dar
uma espreguiçada, pegar a bagagem e tomar um café na rodoviária da capital
gaúcha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;">São muitas
recordações que o café me traz. Posso não voltar no tempo e nem trazer de volta
as pessoas, mas posso recordar tudo isso quando sinto o cheiro do café.</span><o:p></o:p></p>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-45143632154910667452020-06-30T14:52:00.002-03:002021-09-08T10:08:00.136-03:00Sonhos do Éd - Você está interconectado com o seu ser?<div><br /></div><div><br /></div><div>"FORA DA MEDITAÇÃO, É TUDO DISTRAÇÃO"</div><div><br /></div><div style="text-align: right;">SANTOS, Éderson (2020)</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><span style="font-family: arial;">Na última noite, deitei e fui meditar antes de dormir (ou até dormir). É um hábito que tenho tentado desenvolver ultimamente. </span><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIqug267ldbc4wIFnCdFN5GObdS-JF6TYBPpILGAHzBwkqwlVUOtbrB6wzwJcW34WYcYk1AcAGnK-hqkAD_AEP7tx1e7EUQQ3ruxv9SQ2hy1uVwG2VA152Y2UVrX7PavRc5DNC2zmxdIsy/s2048/received_294784981718272.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIqug267ldbc4wIFnCdFN5GObdS-JF6TYBPpILGAHzBwkqwlVUOtbrB6wzwJcW34WYcYk1AcAGnK-hqkAD_AEP7tx1e7EUQQ3ruxv9SQ2hy1uVwG2VA152Y2UVrX7PavRc5DNC2zmxdIsy/s320/received_294784981718272.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Buda de boa na lagoa (Foto: Larissa Vargas)</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div><br /></div><div><span style="font-family: arial;">Sem me dar conta, eu já estava sonhando que estava em uma sala, com outras pessoas. Uma dessas pessoas era um sujeito com a pele toda o roxa e feições de sapo (acho que não era humano). Ele estava se queixando de alguns sintomas que não me recordo quais eram. </span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">Em determinado momento, eu perguntei (aparentemente eu era médico), apontando para minha direita, algo como "tu enxerga uma luzinhas aqui, né?". O indivíduo confirmou que sim. Então eu me viro para a outra pessoa e comento o diagnóstico para outra pessoa presente. Também não lembro o que era.</span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">De repente, todos somem e ficam apenas algumas sombras em uma parede branca, como se fossem de galhos de uma árvore. Começo a flutuar.</span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">Uma voz então pergunta: "VOCÊ ESTÁ INTERCONECTADO COM O SEU SER?". Percebo que saí do estado de plena atenção e tento voltar a focar no meu objeto de meditação, ainda no sonho e ainda com a parede branca em minha frente.</span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">Nisso, percebo que já acordei e a primeira coisa que vejo quando abro os olhos é a porta branca do roupeiro.</span></div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-61935338459026237382020-06-05T12:42:00.002-03:002021-09-10T12:44:12.759-03:00A churrascaria que se tornou vegana<div><font face="arial"></font><br></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4">Esta semana tive uma agradável surpresa com a notícia de que a churrascaria <b>Picanha's Grill,</b> na zona norte de Porto Alegre, se tornou um restaurante vegano.</font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial"></font><font size="4"></font><br></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4">É um fato inédito, ao menos para mim. Nunca tinha ouvido falar de um restaurante onívoro veganizar. Muito menos de uma churrascaria, ainda mais com este emblemático nome. Nome este que aliás, permaneceu o mesmo, ao menos por enquanto.</font></div><div><font face="arial"></font><font size="4"></font><br></div><div><font face="arial"></font><font size="4"></font><br></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><font face="arial" size="4"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz4zQ9PTJq8dTK-F0xYe4alhrjlFDly6_62BPZqujXN3u4VgdIMKQQBCWQnz5mDdzkL__uBohX00COkUhw8twwIuUWDaMV9AHPl94Bb3iik-WETFDdODaU5g7EiDttJm3-LhZ4pTfnU6-Z/s1600/1591370967260818-0.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400"></font></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><font face="arial" size="4">Fachada do restaurante. Foto: Divulgação/Picanha's Grill</font></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz4zQ9PTJq8dTK-F0xYe4alhrjlFDly6_62BPZqujXN3u4VgdIMKQQBCWQnz5mDdzkL__uBohX00COkUhw8twwIuUWDaMV9AHPl94Bb3iik-WETFDdODaU5g7EiDttJm3-LhZ4pTfnU6-Z/s1600/1591370967260818-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</a>
</div><font face="arial"></font><font size="4"></font><br></div><div><font face="arial"></font><font size="4"></font><br></div><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><font face="arial"><font size="4">Demorei bastante pra pedir uma refeição de lá (nunca fui no restaurante). Porque moro longe de Porto Alegre e porque inicialmente <b>tinha uma certa ressalva contra o estabelecimento</b>. A primeira vez que vi uma publicação no Facebook falando sobre um sabor de xis vegano em restaurante chamado Picanha's Grill, imediatamente descartei a possibilidade de ir no local. <b>Churrascaria? não, obrigado. Ainda mais com esse nome. </b></font></font><br></div><div style="text-align: justify;"><b></b><font face="arial"></font><font face="arial"></font><font size="4"></font><br></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4">Mas as opções foram aumentando no restaurante. Além de mais variedades de xis, tinha também prato feito, pastel, pizza, cachorro-quente e mais alguns outros pratos. Eles também fizeram o <b>"Sábado Vegano", onde todas as refeições do dia eram veganas</b>.</font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial"></font><font size="4"></font><br></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4">O restaurante <b>demonstrou que realmente queria este público no local</b>. Não era uma Mega Corporação "surfando na onda do veganismo". Li comentários inclusive, de gente sugerindo que eles poderiam virar um estabelecimento sem nada de origem animal (o que, felizmente, ocorreu mesmo).</font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial"></font><font size="4"></font><br></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4">Em função disso tudo, <b>em março deste ano resolvi provar alguns pratos oferecidos por eles</b>. Pedi uma tele de xis, alaminuta, pastel e fritas, pois não estava com muita fome naquela noite. Provei e aprovei. Não pude repetir devido ao cenário que se estabeleceu durante a pandemia, que me impediu de voltar a Porto Alegre.</font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial"></font><font size="4"></font><br></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4">E agora, descubro que o estabelecimento veganizou. Tudo isso em menos de dois anos desde que vi aquela primeira postagem. <b>Se até uma churrascaria parou com a carne, você também pode.</b> <b>Basta querer e agir.</b></font></div><div style="text-align: justify;"><b></b><font face="arial"></font><font size="4"></font><b></b><font face="arial"></font><b></b><br></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial"><font size="4">Acredito que essa transição foi possível graças ao público que acreditou e "deu uma chance" ao restaurante, criando uma demanda de produtos e demonstrando que o veganismo é viável sim, em todos os sentidos,<b> inclusive o financeiro.</b></font></font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial"><font size="4"><b><br></b></font></font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4">Deixo as redes sociais do restaurante:</font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4"><br></font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4">Instagram: @picanhasgrillvegoficial</font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4">Facebook: Picanhasgrillveg</font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4"><b></b><br></font></div><div style="text-align: justify;"><font face="arial" size="4"><b></b><b></b><b></b><br></font></div><font face="arial"></font><div><b></b><font face="arial"></font><font size="2"></font><font size="4"></font><b></b><font face="arial"></font><font size="4"></font><b></b><br></div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-12345024592622310122020-06-03T14:53:00.000-03:002020-06-03T15:24:42.795-03:00Uma crônica baseada em um sonho<div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;">Esta noite sonhei que um colega de trabalho tinha uma <b>loja de games e acessórios</b> em um local parecido com uma rodoviária, na cidade da <b>Barra do Quaraí</b> (fica na fronteira com o Uruguai, para quem não conhece).</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div>No sonho, o local onde ficava a loja era muito parecido com a <b>rodoviária de Santo Antônio das Missões</b>, apesar de ser na Barra do Quaraí.<br></div><div><br></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container"><tbody><tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9meRRvmhtIKJV8pOh-00YBl95Sd_xax-FHGoYv03B3ZvD-2IsE15nPNpk0RQGVcrLoI3_GI2spzTMotnl_JjjoPavK_Tul9so9Xba3tay7msC-f2IWiNuz8sh4Y6KzkYm7cU6KexlTIlk/" imageanchor="1"><img border="0" data-original-height="2736" data-original-width="3648" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9meRRvmhtIKJV8pOh-00YBl95Sd_xax-FHGoYv03B3ZvD-2IsE15nPNpk0RQGVcrLoI3_GI2spzTMotnl_JjjoPavK_Tul9so9Xba3tay7msC-f2IWiNuz8sh4Y6KzkYm7cU6KexlTIlk/s320/IMG_3422.JPG" width="320"></a></td></tr><tr><td class="tr-caption">Rodoviária de Santo Antônio das Missões (arquivo pessoal)</td></tr></tbody></table><div><br></div></div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Tinha uma <b>placa na frente</b>, dizendo "Games", "Acessórios", algo assim. E embaixo, na placa, estava escrito à mão, em letras emendadas: <b>"placa mãe", como se fosse um dos produtos destaque da loja</b>.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Só que "placa mãe" estava escrito de uma maneira que <b>poderia ser lido também como "por que". </b></div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">No caso, a placa dava a entender que lá dentro, na loja, <b>o cliente descobriria porque esse meu colega mantinha essa loja e a razão dele vender os produtos.</b> </div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container"><tbody><tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP9P695xjVsMukx1vcSPjyCdkAIHorJJmUY44yGHo9KjSR5tvjIvf1l1JKc7WQAVUc1LRPjXHIgxaJkj8rMzxEF-o7gqpcFkMCDaZJnyEDa6IpL_d2S2ue088JGfc4AtN-tKdzAE60dlVE/"><img border="0" data-original-height="4096" data-original-width="3072" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP9P695xjVsMukx1vcSPjyCdkAIHorJJmUY44yGHo9KjSR5tvjIvf1l1JKc7WQAVUc1LRPjXHIgxaJkj8rMzxEF-o7gqpcFkMCDaZJnyEDa6IpL_d2S2ue088JGfc4AtN-tKdzAE60dlVE/s320/received_1806443359495648.jpeg"></a></td></tr><tr><td class="tr-caption">Rodoviária da Barra do Quaraí (arquivo pessoal)</td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">A pessoa descobriria os motivos e intenções do proprietário, entenderia esta parte da história do comerciante. <b>Como se descobrisse as ideias de um filósofo ao ler o seu livro.</b><br></div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Tanto no sonho quanto na hora em que acordei, me pareceu engraçadíssimo, um trocadilho filosófico. <b>Acordei rindo incontrolavelmente.</b></div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Como era madrugada, voltei a dormir. Acordei pouco antes das 7 e fiz algumas anotações do sonho, <b>que já não era mais tão engraçado.</b> Dormi mais um pouquinho.<br></div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Depois que levantei, o sonho já não tinha mais comicidade alguma (o que acharam deste sinônimo?) e <b>não consigo entender o motivo de te-lo achado tão jocoso </b>(e este então?).</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Fiquei me lembrando de tantas coisas que eu achava divertidas, ou simplesmente gostava de fazer, que hoje em dia não fazem sentido algum para mim. Ou determinados comportamentos e atitudes que eu mantinha que hoje em dia eu reprovaria.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Tanto a realidade como nossos "porquês" estão em constante mutação. De todos nós. </div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Por isso eu considero tão importante tentar<b> entender as motivações e intenções das pessoas</b>. Ter uma perspectiva histórica e filosófica que nos possibilite um julgamento mais claro e uma opinião mais precisa dos fenômenos, em uma época que <b>todos querem opinar sobre tudo</b> (inclusive sobre o que não dominam) e querem que todos se posicionem sobre tudo.</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">Tanto a <b>realidade, como nós mesmos, mudamos a todo instante</b>. Nos sonhos, inclusive. <br></div></div><div><br></div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-72976657126604494042020-05-28T09:44:00.002-03:002020-05-28T10:11:42.680-03:00Bodhi, o "guru" de Caçadores de Emoção (1991)<div>Ouvi falar que o filme Caçadores de Emoção (1991) é um clássico da Sessão da Tarde. Não sei se é verdade. Nunca tive muitas oportunidades de assistir à programação vespertina da Rede Globo, pois a <b>maior parte da minha vida escolar foi no período da tarde.</b> E depois da minha vida escolar, praticamente <b>deixei de assistir TV</b>.</div><div><br /></div><div>Acabei assistindo a referida película em um DVD, já no final da faculdade. Ou depois de formado, não lembro bem.</div><div><br /></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img alt="Pôster promocional do filme. Fonte: filmow.com" border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPc1jtMx6n519oSWZiPBsLuaXZoQ7vffWvJXeBDW5Zh0Y737ufD9wNrqrvlAgo9CxViCj_5PNCKZ3TDx6Jk1wmM3BjD8t2qIKG_MNIEUAp-5rmGMF6Nz0m8U-2r608JcrwCE797SBptmDK/w225-h320/1590631901574292-0.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" title="Pôster promocional do filme. Fonte: filmow.com" width="225" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pôster promocional do filme. Fonte: filmow.com</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPc1jtMx6n519oSWZiPBsLuaXZoQ7vffWvJXeBDW5Zh0Y737ufD9wNrqrvlAgo9CxViCj_5PNCKZ3TDx6Jk1wmM3BjD8t2qIKG_MNIEUAp-5rmGMF6Nz0m8U-2r608JcrwCE797SBptmDK/s1600/1590631901574292-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</a>
</div><br /></div><div><br /></div><div>Recentemente, assisti ao filme pela terceira vez.</div><div><br /></div><div>A partir daqui, recomendo ao leitor que se ainda não assistiu ao filme, <b>pare a leitura e só a retome após assistir</b>. Nas próximas linhas, revelarei eventos do enredo do filme (os populares spoilers). </div><div><br /></div><div>Algo que havia passado despercebido das outras duas vezes, é que Bodhi (personagem interpretado por Patrick Swayze) é referido por outros personagens com <b>expressões que o aproximam de um guru espiritual ou mestre budista.</b></div><div><br /></div><div>Realmente, pelo discurso dele, pode se notar que ele tem alguns interesses transcendentais, se autodefinindo como um buscador da onda perfeita. Ele também diz que <b>pegar onda é um estado de espírito.</b></div><div><br /></div><div>Entretanto, não posso concordar com a afirmação, bastante comum dos admiradores do personagem, de que Bodhi seja “espiritualizado”, ou "zen" (aqui interpreto "zen" com o sentido de zen-budista).</div><div><br /></div><div>Vamos por partes: <b>Bodhi chefia um bando que assalta bancos</b>. Eles assaltam essas agências para bancar um veraneio surfando. É um modo de manter o estilo de vida deles. <b>Não vejo nada muito espiritualizado ou desapegado aqui. </b></div><div><br /></div><div>Foram 30 assaltos em 3 anos. Segundo o FBI, eles assaltavam apenas durante a temporada (4 meses). São mais de 2 assaltos por mês, na média.</div><div><br /></div><div>Em uma das cenas mais emblemáticas do filme, Bodhi fala que os assaltos nunca foram pelo dinheiro, mas uma luta “contra o sistema". Sistema este que “mata o espírito humano”.</div><div><br /></div><div>Aqui temos algo <b>razoavelmente menos materialista do que se esperaria para um assaltante de bancos.</b> Ao menos no discurso (seja lá o que signifique tal discurso). Mas na prática, não passa de um malabarismo verbal raso e com roupagem "new age" para <b>tentar convencer que há um ideal maior do que o próprio benefício nesses roubos que eles praticam.</b></div><div><br /></div><div>Bodhi é um buscador da onda perfeita. E para financiar essa busca, ele pega em armas e toma um dinheiro que não lhe pertence. E inclusive, mata uma pessoa que tenta impedir um dos roubos (mesmo dizendo, algumas cenas antes, que odeia violência). </div><div><br /></div><div>Não há budismo nesse personagem. Não enxergo nada "espiritualizado" nas suas atitudes. É apenas alguém tentado bancar seu estilo de vida com o dinheiro alheio. E com certeza, <b>eu não o escolheria como um guru.</b></div>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-30836638239350019392020-05-20T21:17:00.003-03:002020-05-20T21:23:58.445-03:00O encontro consigo mesmo durante a pandemia<span style="font-family: "times new roman",serif;"></span><div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<font face="arial" size="2">Uma pandemia, com o cenário catastrófico que se segue, nos revela o que há de melhor e pior nas pessoas. Às vezes na mesma pessoa, visto que ninguém é 100% bom e nem 100% mau. </font><span style="font-family: "arial","helvetica",sans-serif;"><div style="text-align: left;"><font size="2"><br />Diversas obras de ficção exploram muito bem esses conflitos, percorrendo as diversas camadas dos personagens. Mas em lugar de listar aqui boas e más notícias nestes tempos difíceis, ou listar obras ficcionais temáticas e inspiradoras, <b>quero abordar aqui um aspecto poucas vezes mencionado: o isolamento e o encontro consigo mesmo. </b></font></div><div style="text-align: left;"><b><font size="2"></font><br /></b></div><div style="text-align: left;"><b><font size="2"></font><br /></b></div><div style="text-align: left;"><b><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><font size="2"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUysPJ80629c7CFwr6y9pOGLEAS4GgbbWs7Ce6hxptpcdy-epQWgK1MyCMe1Gr2tYN8IQrtGccfKp1TvX9DUyWJuDZvt6UFbQhp1dNy9v82T7sbZSir3ccbY5jDwpQZwIXIx9yUtoEBjeH/s1600/1590020059503714-0.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></font></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><font size="2">Gatos na quarentena</font></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUysPJ80629c7CFwr6y9pOGLEAS4GgbbWs7Ce6hxptpcdy-epQWgK1MyCMe1Gr2tYN8IQrtGccfKp1TvX9DUyWJuDZvt6UFbQhp1dNy9v82T7sbZSir3ccbY5jDwpQZwIXIx9yUtoEBjeH/s1600/1590020059503714-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</a>
</div><font size="2"></font><br /></b></div>
<div style="text-align: left;">
<font size="2"></font><br /></div>
<div style="text-align: left;"><font size="2">
Um dos pontos de sofrimento no isolamento desta quarentena é estar sozinho, ouvindo a sua voz mental. Sem ter onde se esconder e com poucas opções para se distrair. <b>O dia todo sem ter como mentir para si mesmo.</b> Para muitos habitantes das redes sociais, se enxergar sem fingimentos é extremamente doloroso.<br /><br />Por isso é tão difícil meditar, por exemplo. <b>Mesmo as pessoas que não meditam, estando isoladas, acabam ficando em uma posição incomodamente próxima de uma meditação</b>, quando começam a perceber o barulho de seus pensamentos.<br /><br />A grande maioria das pessoas vive no entorpecimento da vida cotidiana, <b>se escondendo atrás de trabalho, bebidas, drogas, novelas, filmes, seriados, redes sociais.</b>.. As distrações são infinitas. <br /><br />E também comprando coisas para preencher a vida. Muitas coisas. <b>Postando fotos e textos que os coloquem em uma posição que verdadeiramente não ocupam</b>. Uma vida toda é artificialmente construída, sem parar para um mergulho interno, sem uma pausa para analisar o próprio fluxo de pensamentos. <br /><br />E quando paramos e olhamos para a nossa mente, o nosso interior, podemos ver que os objetivos traçados já não parecem tão importantes como julgávamos. Ou como queríamos que fossem. <br /><br />As pessoas não estão preparadas para enfrentar uma pandemia. E não falo da ciência médica nem de estoques de alimentos. Falo de as mentes não estarem preparadas para uma pausa, para um encontro consigo mesmo. Com poucas distrações e sem fingir para si mesmo.</font></div>
</span><div align="justify">
<font size="2"></font><br /> </div>
Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-74088809267898018812020-04-12T23:46:00.000-03:002020-04-12T23:51:11.634-03:00Arroz, feijão e reflexão<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu
lembro que quando era criança, mais de uma vez, ouvi uma determinada
pessoa adulta falar (em um tom arrogante): “<b>Sem arroz
até dá pra passar, mas sem feijão, não</b>”, referindo-se ao almoço.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu
achava essa afirmação descabida. Na verdade,<b> eu tinha uma teoria</b>
(sempre gostei de elaborar teorias) que era justamente o oposto: as
pessoas até almoçavam sem feijão, mas nunca sem arroz. Este último
é que nunca faltava. Até acho que cheguei a compartilhar essa
teoria com algumas pessoas na época, mas ninguém deu bola. <b>Já nos
anos 90, ninguém ligava para minhas teorias</b>.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Inclusive,
essa mesma pessoa da frase lá do início, nunca tinha feito um
almoço sem arroz (que eu tenha presenciado). <b>Mas o feijão faltar não
era incomum no almoço dela</b>.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0TbuiCybeWDVqu12AtJdhoYYpzqII9tvx2spszQazcz7HziPrCok-HVeJeURsUrdhYQqmOMS1M8y-m18PsT1pOjLWtMWcIoN8o3imSpwY-fr-9JJN8jGK7RW1ivSif-vpQ8a-VTqIdHP5/s1600/brazilian-food-4045074_640.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="426" data-original-width="640" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0TbuiCybeWDVqu12AtJdhoYYpzqII9tvx2spszQazcz7HziPrCok-HVeJeURsUrdhYQqmOMS1M8y-m18PsT1pOjLWtMWcIoN8o3imSpwY-fr-9JJN8jGK7RW1ivSif-vpQ8a-VTqIdHP5/s320/brazilian-food-4045074_640.jpg" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Imagem: Pixabay</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nunca
entendi o objetivo daquela afirmação. Será que aquela pessoa
<b>gostava mais de feijão</b> do que de arroz? Será que ela <b>nunca percebeu
que era o arroz que nunca faltava em suas refeições</b>? Ou era apenas uma frase
irrefletida, dita para não ficar em silêncio? Não sei a resposta
para estes questionamentos e realmente não me interesso.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas
foi por essa época e por fatos como o exposto, que aprendi algo
empiricamente: analisar (e julgar, se necessário) as pessoas<b> com
base no que elas fazem e não no que elas falam</b>.
</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Isto
eu aplico até hoje, sobretudo nestes nossos tempos de redes sociais,
onde importa mais o parecer ser do que realmente ser. Onde vale mais
postar que fez do que realmente fazer.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aqueles
simples almoços de arroz com feijão (às vezes só o arroz mesmo) me ensinaram a analisar cada
postagem que vejo hoje em dia, me indagando, automaticamente, os
motivos de cada postagem.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Será
que aquela postagem não era um “sem arroz até da pra passar, mas
sem feijão, não”? Será que não é uma foto apenas para não
ficar “em silêncio” no Instagram? Não sei e novamente, não
quero saber, mas não posso deixar de me indagar.</span></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br /></div>
<div class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Apenas
reflito e questiono,</b> <i>ad infinitum</i><span style="font-style: normal;">, as questões do cotidiano.</span></span></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike>Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-54414282444335980312020-04-06T22:12:00.000-03:002020-04-06T22:12:01.823-03:00Uma tarde ensolarada de Janeiro de 2012<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /><br />Há pouco mais de 8 anos, em uma tarde ensolarada, eu vinha no ônibus, fardado, para assumir o serviço no Batalhão em que servia, na cidade de Porto Alegre. <br /><br />Eram meus últimos dias na Brigada Militar do RS. Eu havia sido chamado para assumir um cargo em outro concurso.<b> Estava chegando ao fim de uma longa contagem de dias</b>. <br /><br />Quando o ônibus passava na Loureiro da Silva, próximo ao Largo Zumbi dos Palmares, <b>presenciei, pela janela do coletivo, um cidadão bater a carteira de uma senhora</b>. Pedi ao motorista que parasse o ônibus e iniciei a perseguição ao criminoso. <br /><br /> Peguei ele na Ponte dos Açorianos, após correr uns 200 metros. Quando eu me aproximava, ele pulou para dentro da água. Ele se entregou ao ver que não iria conseguir sair dali. Eu era apenas um, mas ele estava cercado. <br /><br /> Fiquei com o elemento detido, esperando a chegada do reforço policial. <br /><br /> De repente, chega um indivíduo (hoje eu descobri que ele se chama Tiago), me parabeniza e pede para tirar uma foto. Ele pega meu e-mail e <b>diz que vai mandar a foto quando chegar em casa.</b> Se não me engano, ele falou alguma coisa de mandar para algum jornal. <br /><br /> Durante todos esses anos, <b>sempre que eu contava essa história lembrava que Tiago (agora ele tem um nome) não tinha me mandado a foto</b>. Tudo bem, deve ter acontecido algo. Ou ele simplesmente esqueceu. Também não foi assim nada tão importante para a capital dos gaúchos. <br /><br /> Hoje, <b>depois de 8 anos, achei a foto no meu e-mail</b>. Duas fotos, na verdade. Uma delas estava com um texto que teria sido publicado no Facebook, na época. Ele me mandou o link também, mas não tem mais nada lá. <br /><br /> Respondi o e-mail me desculpando por não ter nem sequer agradecido o trabalho dele me mandar a foto. O e-mail não existe mais também. O Tiago <b>deve achar até hoje que sou mal-educado, que não respondi o e-mail e nem curti a foto que ele postou </b>no Facebook. <br /><br /> Não sei por que eu nunca percebi aquele e-mail na minha caixa de entrada. Deve ter se perdido na montanha digital de dados que recebemos e guardamos. Ficou oito anos lá, sem ser lido.<br /><br />Quantas coisas não aconteceram de lá para cá? Mudei de emprego, o cabelo cresceu, aprendi a nadar... Fico me perguntando o que aconteceu na vida do Tiago, desde aquele dia. E com o preso também. Teria se regenerado? Quem sabe morto em conflito com a Polícia?<br /><br />E a vítima, por onde andará? Era uma senhora já de certa idade...<br /><br />São tantas perguntas e tantas informações que se acumulam diariamente.<br /><br />Por hoje, eu só queria agradecer ao Tiago por ter tirado aquela foto e ter ocupado o tempo dele postando sobre o trabalho que realizei.<br /><br /><br /><br /><br />P.S.:Esta é a foto que ele postou no Facebook.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="590" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl1KqbEpGBbDKKvtjLopPm8uvbmUKBe_Yx6LFS58dG3G0E76pekzYGdoFlaDFizU3Bak9utfjE5pvoMN8rUZf-4Hjqtco0U3ba2RT-Yxd5hPjfWhet1COvnknZFxybuO_PxO_cVBFB4YoT/s400/sd+ederson+edit.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="326" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Essa parte do táxi oferecendo carona eu não lembrava.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl1KqbEpGBbDKKvtjLopPm8uvbmUKBe_Yx6LFS58dG3G0E76pekzYGdoFlaDFizU3Bak9utfjE5pvoMN8rUZf-4Hjqtco0U3ba2RT-Yxd5hPjfWhet1COvnknZFxybuO_PxO_cVBFB4YoT/s1600/sd+ederson+edit.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></a></div>
<div class="western" lang="pt-BR" style="font-style: normal; line-height: 115%; margin-bottom: 0.35cm;">
<br /></div>
Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-53405015127519575792020-04-04T19:28:00.000-03:002020-04-04T19:28:59.513-03:00Barulho da internet discada<br />
Meu primeiro contato com a internet foi lá por 1999 ou 2000. Lembro que o primeiro site que acessei foi o da Brahma.<br />
<br />
Foi um grande dia. Meu pai ligou para saber se tinha dado tudo certo (era internet discada ainda). Lembro que ele estranhou o fato de o meu primeiro acesso ter sido o site da Brahma, pois eu nunca fui consumidor de cerveja.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbPVJDqmsS4T6C1l6NCJZ6sDz-98I58dpLP-hvfXBT1FOsdl67bxIgXDs8nHS0Izcx_NbRpLTuqBuKfM6LM2tdvESrxpOr82sdmCkA2tnSDR6o-37W8lKlh62pfegStMC7Kf97Q4b8a6lw/s1600/lata-guarana-brahma-3622.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="972" data-original-width="622" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbPVJDqmsS4T6C1l6NCJZ6sDz-98I58dpLP-hvfXBT1FOsdl67bxIgXDs8nHS0Izcx_NbRpLTuqBuKfM6LM2tdvESrxpOr82sdmCkA2tnSDR6o-37W8lKlh62pfegStMC7Kf97Q4b8a6lw/s320/lata-guarana-brahma-3622.jpg" width="204" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Guaraná Brahma da época. Fonte da imagem: https://supercolecao.com/colecoes/latas/guarana-brahma/3073</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div>
<br /></div>
<div>
Explico: a gente consumia Guaraná Brahma lá em casa. Eu vi o site no rótulo e anotei para acessar. Achei que a página do Guaraná seria diferente do site da cerveja.<br />
<br />
Eu tinha uma listinha de endereços web anotados, para visitar. Talvez eu ainda tenha guardada a agenda onde os anotava, para poder acessar quando finalmente a internet estivesse configurada.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
O acesso me proporcionava um encantamento, mais ou menos como o início na escola. Um universo de informações se abria a cada conexão. E se expandia a cada segundo (ainda se expande).<br />
<br />
A marca desse encantamento, com certeza é o barulhinho da discagem. Talvez essa seja a única saudade que tenho da conexão discada. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Era muito legal ouvir o som do modem se conectando, a expectativa da conexão. Era como se eu estivesse chegando em um futuro imaginado por um filme de ficção científica.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
E depois daquele barulhinho, pronto, estávamos conectados ao mundo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br />
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-6910978467184013872020-03-29T23:39:00.000-03:002020-03-29T23:39:52.895-03:00Os Mentirosos da Corrida (2)<div style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="background-color: white;">Dia desses encontrei outro Mentiroso da Corrida na rua. Sem que eu dissesse nada além de um cumprimento, já veio me falando que estava correndo. <b>Fez 5,6km em 18 minutos.</b> Para os leitores que não correm, apenas para esclarecer: Na pior das </span><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-weight: 400;">hipóteses (tempo de 18:59), ele fez um ritmo de </span><span style="background-color: white; font-weight: 400;">3:23/km ou uma velocidade de 17,73 km/h. Para um sedentário de aproximadamente 100kg e quase 50 anos, </span><span style="background-color: white;"><b>é uma marca que beira o impossível.</b></span></div>
<div style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Mas tudo bem. Falei algo tipo "boa, champz". E segui minha vida normalmente.</span></span></div>
<div style="font-weight: 400; margin: 0px;">
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b>Na semana seguinte, encontrei-o novamente</b></span><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">. Começou a falar sobre uma época (início dos anos 90), quando ele treinava outro esporte, em outro estado. Até esta parte, tenho confirmação de outras fontes que ele realmente treinava esse outro esporte lá no sudeste do Brasil.</span></span><br />
<div style="font-weight: 400;">
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">O problema foi quando ele disse que um belo dia (lá naquela época, anos 90) chegou para correr na pista de atletismo (esse outro esporte exige corrida como parte do condicionamento) e pediu para um técnico de atletismo (que estava presente no local, treinando seus atletas) para correr 10.000 metros.</span></span></div>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></span><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b>- </b>VINTE E OITO E QUATRO!<b> -</b> foi o tempo que ele disse que fez. </span></span><br />
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b><br /></b></span></span></span>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b>Geralmente eu apenas escuto as mentiras que as pessoas contam, sem me manifestar</b></span><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"> (apenas interações no nível "puxa, que legal campeão"). Mas diante desse absurdo, não pude me conter: </span></span></span><br />
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b><br /></b></span></span>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b>- </b>MAS ISSO É QUASE O RECORDE BRASILEIRO! <b>-</b> exclamei. </span></span><br />
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Ao que ele respondeu, de pronto, como só os excelentes mentirosos sabem fazer: </span></span><br />
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">- Não, o recorde brasileiro era 25 na época. </span></span><br />
<div style="font-weight: 400;">
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Eu sabia que não era. Ouvi mais um pouco da história e fui embora. <span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Detalhe interessantíssimo: ele nunca foi corredor.</span></span></span></div>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Vamos aos fatos: <a href="https://jornaldebrasilia.com.br/brasil/marilson-quebra-recorde-brasileiro-dos-10000-metros/" style="font-weight: 400;" target="_blank">Aqui neste link</a>, do Jornal de Brasília temos que <span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Marílson dos Santos estabeleceu, em 2006, o </span><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b>atual recorde para a distância: 27:48</b></span><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">. Ainda de acordo com a mesma fonte, o recorde anterior era de </span><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b>28:07, cujo detentor era Ronaldo da Costa, desde 1996</b></span><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">. Nem me dei ao trabalho de pesquisar o recorde anterior ao de Ronaldo.</span></span></span><br />
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></span></span>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Logo, fica demonstrado que o recorde brasileiro da distância nunca foi "25 minutos". Aliás, nem o recorde mundial atinge essa marca. Atualmente o recordista é </span><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><b>Kenenisa Bekele, com 26:17.</b></span></span></span></div>
</div>
<div style="font-weight: 400;">
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
</span></span></div>
<div style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></span></div>
</div>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
</span></span>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Esse indivíduo lá do início da história tinha quebrado o recorde brasileiro então? Em um treino? Sem ser um corredor?</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">Muitas indagações me surgem. A principal delas é: O que essas pessoas ganham com isso? </span></span></div>
</div>
<span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><span style="background-color: white; color: black; display: inline; float: none; font-family: "times new roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</span></span><br />
<div style="font-weight: 400;">
</div>
</div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br />Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5860845537694886791.post-24000173367909336132020-03-28T19:39:00.000-03:002020-03-28T19:40:55.329-03:00Quase Acidentes e Pandemias<div>
Era uma agradável manhã ensolarada do verão de 2018. Tenho quase certeza que era um domingo. Orla de Balneário Camboriú.<br>
<br></div>
<div>
Fui atravessar a rua, quase nenhum carro. Mas esqueci de um detalhe, a ciclovia. <b>Ao contrário de Uruguaiana, a ciclovia de BC é muito utilizada.</b><br>
<br>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTnsEP7AkESoOPIZOm-XX0CmMkk_1zwr-_IngieKqmow-v4y1YXrsMeB1WhzLf9wysHRNJ71N3isL3g599WokXbv_rgUQ54QQ9BaLuMGIOL3xUz8QQ-a3_FEZ6LaByJZddqWWA-PmBeUn8/s1600/IMG_20180305_104825.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTnsEP7AkESoOPIZOm-XX0CmMkk_1zwr-_IngieKqmow-v4y1YXrsMeB1WhzLf9wysHRNJ71N3isL3g599WokXbv_rgUQ54QQ9BaLuMGIOL3xUz8QQ-a3_FEZ6LaByJZddqWWA-PmBeUn8/s320/IMG_20180305_104825.jpg" width="320"></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O cenário.</td></tr>
</tbody></table>
<br>
<br>
Quando me dei conta, a bicicleta já estava em cima, freando bruscamente. Parou. Ninguém se machucou, mas me assustei por um instante, o ciclista também. Me desculpei e retomei a caminhada. Mas a mulher que acompanhava ele começou a falar sem parar: <b>"meu deush, meu deush, meu deush..."</b>, em um tom entre atônita e desesperada, com aquele<b> típico sotaque pseudo-carioca de Floripa.</b><br>
<br>
Não era para tanto. Um sustinho, desculpas e cada um para o seu lado. Entretanto, eu segui minha caminhada e ela ficou ali, em choque. Deve ter ficado vários minutos assim.<br>
<br>
Aquela pessoa devia estar tão apegada aos seus costumes do cotidiano de<i> trabalho-comprinhas-casa</i>, que não pensa sobre a vida, sobre o que afinal de contas importa neste mundo artificial em que vivemos.<br>
<br>
Quem aí nunca ouviu/falou, "não quero nem pensar nisso", se referindo à algo julgado bastante ruim (geralmente relacionado à morte de alguém)? Infelizmente, coisas ruins acontecem. <b>E nós iremos todos morrer em algum momento.</b><br>
<br>
Mas é mais fácil se distrair do que refletir. E <b>não por acaso, as pessoas que gostam de uma boa reflexão são vistas como chatas e desagradáveis.</b><br>
<br>
Lembro que na ocasião, saí pensando sobre como as pessoas não estão preparadas para serem expostas a esse tipo de choque. Nada que quebre as suas rotinas. Como um acidente, por exemplo.<br>
<br>
Ou uma pandemia, eu acrescento hoje.<br>
<br>
<br></div>
Édersonhttp://www.blogger.com/profile/13274906573602182364noreply@blogger.com0