Pular para o conteúdo principal

CicloturÉd

Há algum tempo que eu tinha intenção de viajar de bicicleta. Inclusive, pensei em ir até Alegrete, para uma reunião de trabalho, com uma bicicleta velha que eu tinha, lá pelos idos de 2006. Várias pessoas me aconselharam a não fazer isso, inclusive com uma pessoa em específico insinuando risco de morte. Acabei não fazendo, pois consegui uma carona de moto, naquela ocasião.

No dia de hoje, após quase 7 anos do fato do parágrafo anterior, finalmente fiz minha estréia no cicloturismo. Nunca chegou a ser um sonho, mas é algo que eu pretendia fazer e seguirei fazendo esporadicamente. Além do aprimoramento do meu esplendor físico, a viagem de bicicleta proporciona um contato mais íntimo com a natureza (e a poluição também), além de se poder observar mais atentamente à paisagem.

No topo do monte...
Minha estréia se deu pedalando até a localidade conhecida como São Marcos, próximo à Barragem Sanchuri, no município de Uruguaiana. Foram cerca de 80 km ida e volta. Neste ainda curto percurso, percebi que é muito cansativo uma pedalada mais longa com uma bicicleta comum, como a minha. É preciso ter saco para pedalar por algumas horas. Ou melhor, não ter saco. Quer dizer, o melhor mesmo é ter um selim muito bom.
Barragem Sanchuri, no litoral uruguaianense...

A ida não foi muito cansativa, mas na volta, além de furar um pneu e ter que caminhar 3 km (apenas) para achar uma borracharia, tive a nítida impressão de que nunca mais chegaria em casa, além do desconforto (também muito nítido) na região que fica em contato com o selim.

Arroio Touro Passo, se não estou enganado.

Em resumo, o que vale é a aventura e o desafio !

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O agarrar não tem fim. O soltar sim.

 "(...) a felicidade é apenas uma forma refinada de sofrimento. O sofrimento em si é a forma grosseira. Você pode compará-los a uma cobra. A cabeça da cobra é a infelicidade, a cauda da cobra é a felicidade (...) mesmo se você segurar a cauda, ela irá se voltar e mordê-lo do mesmo jeito, porque ambos, a cabeça e a cauda, pertencem à mesma cobra." - Ajahn Chah, monge budista  da Tradição das Florestas do budismo Theravada. Vi uma postagem em rede social de uma estampa de camiseta. A imagem da estampa era uma cobra mordendo o próprio rabo, com a seguinte citação: "para cada fim, um novo ciclo". A posição da cobra formava o símbolo do infinito. Não reproduzo a imagem aqui por questões de direitos autorais e por não querer causar nenhum tipo de perturbação ao autor. Muito provavelmente a pessoa que criou a estampa, pensou na tristeza dos finais de ciclo e na esperança dos inícios, das novidades.  Algo como:  "Que pena, acabou :(".  "AIQSHOW, um novo ciclo...

Eu fui, mas eu voltei...

Por que escrever?  Considero essa pergunta tão relevante que até criei uma aba só para ela, aqui no blog. Tem um texto inteiro dedicado a respondê-la nessa aba? Não. Apenas um parágrafo — que, para ser honesto, não responde satisfatoriamente ao questionamento. "Simplesmente escrevo, sem maiores preocupações" , foi o que escrevi lá. Mas o que eu não disse é que também acredito que temos responsabilidade sobre o que falamos e escrevemos. Se nossas palavras magoam ou causam divisão, por exemplo, talvez precisem ser revistas. Ou, quem sabe, silenciadas. Se não tenho nada de relevante a comunicar, simplesmente não escrevo. Isto é algo que eu gostaria de treinar também para a fala — eu falo demais, muitas vezes sem necessidade. Nesses últimos meses, aconteceram várias coisas dignas de nota e que renderiam boas crônicas (a maioria eu já esqueci porque não anotei). Mas antes de escrever, sempre vinham algumas perguntas: O que eu realmente quero com isso?  É só para alimenta...

Chinelo Musical

"Acho que ninguém cria uma música. Ela já existe. Ela flutua aqui, passa pelas paredes, fica atrás das cortinas... vai a toda parte. Eu me vejo como uma antena receptora." - Keith Richards falando sobre o seu processo criativo em entrevista para Bruna Lombardi, em 1993. Eu não entendo nada de música. Não tenho ouvido para identificar as notas e nem toco nenhum instrumento musical. O máximo que já consegui foi soprar uma flauta doce e emitir algumas notas desafinadas. Entretanto, eventualmente eu consigo perceber rudimentos de música em eventos do cotidiano. Talheres caindo, batidas na porta e até mesmo peidos. Talvez a música esteja mesmo no ar. Eu já dei um peido, por exemplo, que soou como algumas notas iniciais de Entre Dos Águas , de Paco de Lucía. Outra vez eu presenciei um colega batendo em uma porta que soou como a introdução de Olhar 43 , do RPM. Dia desses eu estava indo para academia. Um pouco antes de chegar, vi uma senhora andando na minha frente, junto com uma cr...