Pular para o conteúdo principal

A churrascaria que se tornou vegana


Esta semana tive uma agradável surpresa com a notícia de que a churrascaria Picanha's Grill, na zona norte de Porto Alegre, se tornou um restaurante vegano.

É um fato inédito, ao menos para mim. Nunca tinha ouvido falar de um restaurante onívoro veganizar. Muito menos de uma churrascaria, ainda mais com este emblemático nome. Nome este que aliás, permaneceu o mesmo, ao menos por enquanto.


Fachada do restaurante. Foto: Divulgação/Picanha's Grill


Demorei bastante pra pedir uma refeição de lá (nunca fui no restaurante). Porque moro longe de Porto Alegre e porque inicialmente tinha uma certa ressalva contra o estabelecimento. A primeira vez que vi uma publicação no Facebook falando sobre um sabor de xis vegano em restaurante chamado Picanha's Grill, imediatamente descartei a possibilidade de ir no local. Churrascaria? não, obrigado. Ainda mais com esse nome. 

Mas as opções foram aumentando no restaurante. Além de mais variedades de xis, tinha também prato feito, pastel, pizza, cachorro-quente e mais alguns outros pratos. Eles também fizeram o "Sábado Vegano", onde todas as refeições do dia eram veganas.

O restaurante demonstrou que realmente queria este público no local. Não era uma Mega Corporação "surfando na onda do veganismo". Li comentários inclusive, de gente sugerindo que eles poderiam virar um estabelecimento sem nada de origem animal (o que, felizmente, ocorreu mesmo).

Em função disso tudo, em março deste ano resolvi provar alguns pratos oferecidos por eles. Pedi uma tele de xis, alaminuta, pastel e fritas, pois não estava com muita fome naquela noite. Provei e aprovei. Não pude repetir devido ao cenário que se estabeleceu durante a pandemia, que me impediu de voltar a Porto Alegre.

E agora, descubro que o estabelecimento veganizou. Tudo isso em menos de dois anos desde que vi aquela primeira postagem. Se até uma churrascaria parou com a carne, você também pode. Basta querer e agir.

Acredito que essa transição foi possível graças ao público que acreditou e "deu uma chance" ao restaurante, criando uma demanda de produtos e demonstrando que o veganismo é viável sim, em todos os sentidos, inclusive o financeiro.

Deixo as redes sociais do restaurante:

Instagram: @picanhasgrillvegoficial
Facebook: Picanhasgrillveg



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Salto com Vara

Dia desses, assistindo ao Salto com Vara nas olimpíadas, lembrei de uma vez, quando criança, que eu estava assistindo uma matéria no Jornal Nacional, noticiando que uma atleta tinha batido o recorde mundial da modalidade, ou algo assim.  Na época, eu não entendia como funcionava esse esporte. Pensava que o salto era medido por algum dispositivo lá no alto, que marcava a altura atingida pelos atletas quando eles passavam por ali.   Na matéria, apareceu a atleta pulando e comemorando com um grito, ainda no ar. Comentei então com a pessoa adulta que estava na sala, algo tipo "mas como ela já sabia que tinha quebrado o recorde?".  Esta apenas afirmou, do alto de sua pretensa sabedoria: "O salto foi perfeito!", como se a graciosidade do pulo fosse o principal elemento daquele desporto.  Percebi então que aquela pessoa sabia menos ainda do que eu sobre a modalidade, mas pelo seu total desprezo pela minha condição de criança e se julgando superior por ter nascido muitos an...

Eu fui, mas eu voltei...

Por que escrever?  Considero essa pergunta tão relevante que até criei uma aba só para ela, aqui no blog. Tem um texto inteiro dedicado a respondê-la nessa aba? Não. Apenas um parágrafo — que, para ser honesto, não responde satisfatoriamente ao questionamento. "Simplesmente escrevo, sem maiores preocupações" , foi o que escrevi lá. Mas o que eu não disse é que também acredito que temos responsabilidade sobre o que falamos e escrevemos. Se nossas palavras magoam ou causam divisão, por exemplo, talvez precisem ser revistas. Ou, quem sabe, silenciadas. Se não tenho nada de relevante a comunicar, simplesmente não escrevo. Isto é algo que eu gostaria de treinar também para a fala — eu falo demais, muitas vezes sem necessidade. Nesses últimos meses, aconteceram várias coisas dignas de nota e que renderiam boas crônicas (a maioria eu já esqueci porque não anotei). Mas antes de escrever, sempre vinham algumas perguntas: O que eu realmente quero com isso?  É só para alimenta...

O agarrar não tem fim. O soltar sim.

 "(...) a felicidade é apenas uma forma refinada de sofrimento. O sofrimento em si é a forma grosseira. Você pode compará-los a uma cobra. A cabeça da cobra é a infelicidade, a cauda da cobra é a felicidade (...) mesmo se você segurar a cauda, ela irá se voltar e mordê-lo do mesmo jeito, porque ambos, a cabeça e a cauda, pertencem à mesma cobra." - Ajahn Chah, monge budista  da Tradição das Florestas do budismo Theravada. Vi uma postagem em rede social de uma estampa de camiseta. A imagem da estampa era uma cobra mordendo o próprio rabo, com a seguinte citação: "para cada fim, um novo ciclo". A posição da cobra formava o símbolo do infinito. Não reproduzo a imagem aqui por questões de direitos autorais e por não querer causar nenhum tipo de perturbação ao autor. Muito provavelmente a pessoa que criou a estampa, pensou na tristeza dos finais de ciclo e na esperança dos inícios, das novidades.  Algo como:  "Que pena, acabou :(".  "AIQSHOW, um novo ciclo...