Pular para o conteúdo principal

Sonhos do Éd #34 - A Coluna Valentjim

  Estava andando normalmente pelas ruas, em um futuro não muito distante, quando de repente, a multidão entra em pânico. Parecia a polícia atacando manifestantes com bombas de efeito moral. 

  Noto então que são bombas de verdade, que quando explodem, ecoam como trovões. As pessoas estavam sendo covardemente assassinadas. Começo a correr de um lado pra outro, como se fosse de uma linha de fundo de um campo de futebol à outra, tentando escapar das bombas. 

  A situação vai sendo esclarecida. A onda de protestos evoluiu para uma tentativa de acabar com a nossa sociedade. Quem queria ter a liberdade de ler um livro, usar equipamentos tecnológicos para comunicação ou mesmo quem desejasse navegar na internet, era massacrado pelo exército adversário. 

  Este exército usava um uniforme semelhante ao usado pelos "Outros", da série Lost, nas batalhas contra o exército americano na ilha, na década de 1950.

Uniforme dos inimigos era semelhante ao desses prisioneiros.


  Éramos minoria. Nós não tínhamos armas. Era questão de tempo até sermos todos mortos. Uma trégua se estabelece. Durante este intervalo, um conhecido meu pergunta para o grupo se iríamos esperar ser mortos ou se lutaríamos. Ele expôs o seu plano, que tinha riscado no chão. Era um missão suicida, que ele denominou Coluna Valentjin. Decido fugir, pois sou contra guerras. 


  Não vou muito longe e vejo que estamos cercados. É o fim. Não há para onde fugir. Decido voltar e lutar até a morte. Na volta, vejo dois cachorrinhos. Um deles está comendo formigas em um formigueiro. O que estava comendo formigas fala algo para o outro cachorro. O segundo pergunta: "por que tu falou, meu ?" ao que o primeiro cachorro responde "Porque eu posso". 

  Sigo meu caminho enquanto noto que os cachorros evoluíram como espécie, pois já estão falando. Quando chego ao local de onde saí, a Coluna Valentjin já tinha partido. Um dos cachorros decide ir comigo (o que comia formigas). O canino explica que acredita nos ideais de liberdade e que tinha um amigo "naquelas areias" (o local para onde tinha partido a Coluna). 

  Vamos correndo e gritando, como bárbaros que atacam seu inimigo. Um cavalo branco também  vai correndo (o porquê eu não sei). Consigo alcançar o cavalo e sem pararmos de correr, pulo para o lombo do cavalo. 

  Chegando ao local, a Coluna Valentjim tinha pego de surpresa diversos guerrilheiros, inclusive o líder deles. Estavam todos desarmados, a exceção de um, que tinha uma espécie de baioneta em mãos e se recusava a largar. Um dos líderes deles diz que tem um prisioneiro na caixa d'água. O nosso líder, mentor da Coluna Valentjim, pede ao adversário: "Peço que reconsidere". Nesse ínterim, um dos nossos toma a baioneta do inimigo e enfia no pescoço do chefe deles.

  O resto eu não sei porque acordei. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Salto com Vara

Dia desses, assistindo ao Salto com Vara nas olimpíadas, lembrei de uma vez, quando criança, que eu estava assistindo uma matéria no Jornal Nacional, noticiando que uma atleta tinha batido o recorde mundial da modalidade, ou algo assim.  Na época, eu não entendia como funcionava esse esporte. Pensava que o salto era medido por algum dispositivo lá no alto, que marcava a altura atingida pelos atletas quando eles passavam por ali.   Na matéria, apareceu a atleta pulando e comemorando com um grito, ainda no ar. Comentei então com a pessoa adulta que estava na sala, algo tipo "mas como ela já sabia que tinha quebrado o recorde?".  Esta apenas afirmou, do alto de sua pretensa sabedoria: "O salto foi perfeito!", como se a graciosidade do pulo fosse o principal elemento daquele desporto.  Percebi então que aquela pessoa sabia menos ainda do que eu sobre a modalidade, mas pelo seu total desprezo pela minha condição de criança e se julgando superior por ter nascido muitos an...

Eu fui, mas eu voltei...

Por que escrever?  Considero essa pergunta tão relevante que até criei uma aba só para ela, aqui no blog. Tem um texto inteiro dedicado a respondê-la nessa aba? Não. Apenas um parágrafo — que, para ser honesto, não responde satisfatoriamente ao questionamento. "Simplesmente escrevo, sem maiores preocupações" , foi o que escrevi lá. Mas o que eu não disse é que também acredito que temos responsabilidade sobre o que falamos e escrevemos. Se nossas palavras magoam ou causam divisão, por exemplo, talvez precisem ser revistas. Ou, quem sabe, silenciadas. Se não tenho nada de relevante a comunicar, simplesmente não escrevo. Isto é algo que eu gostaria de treinar também para a fala — eu falo demais, muitas vezes sem necessidade. Nesses últimos meses, aconteceram várias coisas dignas de nota e que renderiam boas crônicas (a maioria eu já esqueci porque não anotei). Mas antes de escrever, sempre vinham algumas perguntas: O que eu realmente quero com isso?  É só para alimenta...

O agarrar não tem fim. O soltar sim.

 "(...) a felicidade é apenas uma forma refinada de sofrimento. O sofrimento em si é a forma grosseira. Você pode compará-los a uma cobra. A cabeça da cobra é a infelicidade, a cauda da cobra é a felicidade (...) mesmo se você segurar a cauda, ela irá se voltar e mordê-lo do mesmo jeito, porque ambos, a cabeça e a cauda, pertencem à mesma cobra." - Ajahn Chah, monge budista  da Tradição das Florestas do budismo Theravada. Vi uma postagem em rede social de uma estampa de camiseta. A imagem da estampa era uma cobra mordendo o próprio rabo, com a seguinte citação: "para cada fim, um novo ciclo". A posição da cobra formava o símbolo do infinito. Não reproduzo a imagem aqui por questões de direitos autorais e por não querer causar nenhum tipo de perturbação ao autor. Muito provavelmente a pessoa que criou a estampa, pensou na tristeza dos finais de ciclo e na esperança dos inícios, das novidades.  Algo como:  "Que pena, acabou :(".  "AIQSHOW, um novo ciclo...