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A Viagem, Padilha e o Efeito Mandela

Fiona Broome, é uma pesquisadora de efeitos paranormais.  Em 2010, ela se surpreendeu ao descobrir que Nelson Mandela ainda estava vivo. E se admirou ainda mais quando notou que muitas outras pessoas compartilhavam desta mesma percepção.

Ela, assim como essas outras pessoas, acreditavam que o sul-africano tinha morrido nos anos 80, quando ele estava preso. Então, Fiona propôs a teoria do Efeito Mandela. Uma das hipóteses de tal teoria afirma, resumidamente, que essas "lembranças falsas" teriam ocorrido em outras realidades, em universos paralelos.

Em pesquisas na internet, encontramos diversos relatos de "falsas lembranças", como o episódio de Dragon Ball Z que estaria passando no momento dos ataques do 11 de Setembro de 2001. Ou um filme chamado Shazaam que nunca existiu. Ou será que existiu em outra dimensão?

Pois eu tive diversos episódios de "Efeito Mandela" ao longo da minha vida. Mas a maioria deles, apenas eu tenho a lembrança (tecnicamente, pode ser considerado Efeito Mandela?).

Lembro da morte do cantor Ovelha, lá por 2007 ou 2008. E do espanto ao constatar dia desses que ele ainda estava vivo.  Me surpreendi também com a morte do Zé do Caixão no ano passado, pois lembro dele ter morrido uns anos antes. Estas duas mortes lembro de lido em portais de notícias confiáveis, na época.

Entretanto, acho que nenhum incidente supera uma das tramas da Novela A Viagem (1994). A personagem Sofia engravida em certa altura do folhetim e ninguém sabe quem é o pai. O mistério durou vários capítulos. Lembro nitidamente da cena em que Sofia finalmente confessa que o pai do futuro rebento é o Padilha.

Ocorre que dia desses, assistindo novamente a novela na Globoplay, a referida cena tem um desfecho diferente. E apenas nos capítulos finais é revelado que outro personagem é o pai da criança (que acabou não nascendo, por sinal).

Consultando outras pessoas que assistiram a novela no anos 90, pude averiguar que ninguém lembrava disso.

É extremamente assustador quando descobrimos que nossas certezas absolutas nunca existiram.




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