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O Peido e a Impermanência

Publicado na revista Litera Livre, edição 21 (Mai/Jun 2020)   O peido (e desde já peço que me desculpem pelo linguajar, mas tal palavra tem poucos sinônimos em nosso idioma) tem uma característica social, eu diria. Ele nos mostra a vacuidade de todos os rituais sociais de que participamos.  Explico: imagine peidar, como peida em casa, durante uma reunião de trabalho (ou em uma confraternização com colegas). Imaginou?  Enquanto nos esforçamos para segurar aquele gás, ele tenta nos mostrar que os fenômenos são vazios (ou gasosos?). Não possuem uma essência em si mesmos. É tudo um teatro social. Interpretamos personagens e negamos a nossa vontade. Construímos cenários e nos apegamos a eles como se fossem reais, como se tivessem um sentido em si mesmos.  “Cada momento é novo”, teria dito Saikawa Roshi, monge zen-budista. É uma frase que nos mostra a impermanência de cada momento de nossas vidas, que se esvai a cada novo segundo. Um simples flato nos mostra a importância de atentarmos para